Comércio e Turismo são os principais setores beneficiados com a integração entre os dois países
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Lula e García assinam acordos que beneficiam o Acre principalmente nas áreas de comércio e turismo (Foto: Odair Leal/Assessoria Aleac)
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Foi em solenidade realizada no Palácio do Governo peruano, que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alan García trataram questões importantes para diminuir as desigualdades sociais, aumentar oportunidades de negócios e desenvolver a economia. O resultado da integração entre Brasil e Peru, sonho buscado pelo Acre, será mensurado nos preços mais baixos de produtos simples como o tomate, na geração de empregos e no fortalecimento do turismo. O encontro dos dois presidentes, que ocorreu em Lima, capital peruana com mais de 8 milhões de habitantes, beneficiará diretamente o Estado do Acre em questões relativas ao abastecimento de frutas, verduras e produtos como cimento, ferro e brita, no desenvolvimento do turismo e no transporte de mercadorias.
O sonho da integração entre Brasil e Peru está cada vez mais distante do papel e próximo da realidade. O presidente brasileiro e Alan García consolidaram uma política de aproximação entre os dois países e apontaram soluções para questões significativas e que precisavam ser regulamentadas. Lula visita o Peru em retribuição à visita de Alan García em Rio Branco, ocorrida em abril deste ano. Os dois chefes de Estado assinaram 16 acordos, a maioria beneficiando diretamente o Acre e celebraram a integração dos dois povos.
"O presidente Lula tem trabalhado com firmeza e agora damos um passo decisivo e importante no sentido da integrarmos nossas economias, como a questão energética, os voos fronteiriços e o comércio. Estamos trabalhando para fortalecer também a amizade entre os dois países. Estou satisfeito por nos unirmos a um povo moderno, trabalhador, desenvolvido e justo", disse o presidente do Peru, Alan García.
O presidente peruano ressaltou ainda que cada uma das questões discutidas resulta em avanço tecnológico, desenvolvimento, geração de empregos e no fortalecimento da economia. "O presidente Lula luta por justiça, tolerância social e respeito aos povos. Tenho certeza que iniciamos agora esta integração e que ela continuará no próximo governo".
Para Lula, a grande lição da reunião bilateral foi a necessidade de descentralizar decisões. "Muitas avanços teriam acontecido se não houvesse a burocratização federal. Não há lógica uma dona de casa comprar um tomate que é plantado a mais de cinco mil quilômetros no sul do Brasil, tendo um tomate muito mais próximo aqui no Peru. Não é de bom senso. Agora os brasileiros também poderão brincar na neve dos Andes, e poderão fazer isso de carro, de ônibus ou de avião. Descobrimos aqui a razão do nosso encontro: é a aproximação dos nossos povos, permitindo que estas decisões gerem oportunidades, empregos, geração de renda".
O presidente brasileiro também destacou a participação e o empenho da delegação acreana, composta por 130 participantes. "Graças à democracia do presidente peruano fizemos não apenas uma reunião bilateral, mas ouvimos quatro governadores de regiões peruanas e representantes de dois Estados brasileiros, Acre e Rondônia. Vivemos aqui um momento singular na história da América do Sul, em que os países vizinhos dão as mãos uns aos outros. Vamos transformar este pedaço do mundo numa zona de paz, prosperidade e justiça social".
Entre os acordos assinados pelos presidentes do Brasil e do Peru estão a regulamentação dos voos inter-fronteiriços entre Cuzco/Porto Maldonado/Rio Branco e Pucalpa/Cruzeiro do Sul, o livre trânsito de moradores de fronteira, os transportes fluviais através dos rios amazônicos que ligam as regiões peruanas ao Acre e Rondônia, a facilitação das atividades da Suframa para o desenvolvimento do comércio e o livre trânsito de veículos turísticos entre os dois países.
Para o presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Acre, Edvaldo Magalhães, que articulou a ida da comitiva acreana ao Peru e esteve empenhado no processo de integração, uma parte do sonho está concretizada e a missão foi cumprida. "O encontro foi um grande sucesso, conseguimos avançar em entraves que atrapalhavam principalmente o crescimento do turismo e o comércio entre o Peru e o Acre", disse.
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