O governador Tião Viana apresentou ao ex-presidente Lula o Centro de Produção de Alevinos, que integra a estrutura do Complexo Industrial do Peixe. A primeira etapa do projeto está sendo inaugurada nesta sexta-feira, 23, e marca uma nova era na produção agroindustrial acreana.
Acompanhado de autoridades, produtores e empresários, o ex-presidente Lula se encantou em conhecer o laboratório de alevinos. “Eu venho a este Estado há 33 anos. E essa ideia do Tião de construir este complexo agregando todos os pequenos produtores é genial. Eu sou testemunha dos avanços do Acre. A verdade é que ninguém acreditava que o Acre viraria o Estado sensacional que é hoje. Eu vim aqui para essa inauguração, mas quem tem que inaugurar mesmo é a nossa presidente. Eu vou falar: ‘Dilma, você tem que ir ao Acre’, porque ela tem que conhecer isso aqui”, declarou.
Os investimentos na implantação do Complexo são da ordem de R$ 60 milhões, caracterizando a Peixes da Amazônia, empresa que tem como sócios investidores privados, o governo do Estado, por meio da Agência de Negócios do Acre (ANAC), e a Central de Cooperativas dos Piscicultores do Acre (Acrepeixe) como uma das maiores empresas de Piscicultura do Brasil. Produção em escala, com alta tecnologia e com forte conceito de inclusão socioprodutiva são os objetivos estratégicos da empresa.
Para o governador Tião Viana, este é um momento único. A realização de um sonho não só seu, mas de todo o Acre, uma das principais metas de seu governo, que impulsionará o setor produtivo acreano. “O meu pai foi um dos pioneiros da piscicultura acreana. Mas era apenas um embrião. Estamos germinando esse projeto, que vai trazer renda e diminuir a fome em todo o Acre”, completou o governador.
O Centro de Produção de Alevinos já é uma referência. Feito com alta tecnologia e sistemas que facilitarão todas as etapas do processo, ele possui 127 tanques para matrizes. O local será utilizado para produção exclusiva de espécies de peixes nobres como surubim (também conhecido como pintado), pirarucu e tambaqui. O grande volume de produção garante alevinos mais baratos para os produtores do Acre, podendo exportar também para Estados e países vizinhos.
Homenagem
Dentro do Centro de Produção de Alevinos, ocorreu uma rápida, mas importante homenagem aos pioneiros da piscicultura no Acre. Wildy Viana (pai do governador), Júlio Resende e Geraldo Bernadino foram aqueles que impulsionaram a criação de peixes no Acre. Wildy Viana, ainda como deputado federal, foi o que instigou avanços na piscicultura, como a vinda dos primeiros tambaquis, enquanto Júlio Resende e Geraldo Bernadino foram os responsáveis técnicos por engrenar a produção no Estado.
Representando os homenageados, Geraldo Bernadino, que hoje trabalha com piscicultura para o governo do Amazonas, disse: “Estive aqui há 30 anos. Estou muito feliz por essa homenagem. Quando estive aqui vim para o trabalho de reprodução de alevinos de tambaqui com o Júlio. Agora, esse é um novo momento, em que o produtor passa a ser protagonista da história”. Os três foram eternizados em um painel que ficará dentro do Centro.
Fomento
Agora, com a estruturação e fornecimento de um dos principais insumos da piscicultura – os alevinos – e no futuro acrescentando a fábrica de ração e a indústria de processamento de peixe, o Acre terá, pela primeira vez, condições de levar seu produto para o Brasil e o mundo, com qualidade, constância e segurança alimentar. Vistas as projeções de demanda de pescado no mercado mundial, a piscicultura vem ocupando espaço cada vez maior nesse cenário.
O coordenador do projeto do Complexo Industrial, Jaime Brum, foi quem apresentou todo o centro para o ex-presidente Lula. Brum foi apresentado pelo próprio Lula para Jorge Viana quando o local era apenas uma ideia. “Qualquer peixe tem que se reproduzir para dar lucro, e essa estrutura é onde serão reproduzidas todas as espécies que queremos. Chegaremos no mínimo a dez milhões de alevinos por ano”, explicou Jaime, enquanto mostrava o complexo a Lula.
Todo o empreendimento Peixes da Amazônia S/A compreende uma área de 60 hectares, que incluem, além do laboratório de alevinagem, a mais moderna fábrica de ração para peixes do país e um frigorífico – ambos em fase de construção. Pelo menos 16 mil famílias de piscicultores estarão integradas à cadeia produtiva do peixe, que em cinco anos deve produzir 20 toneladas por ano.
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