Livro sobre trajetória de professores negros será lançado no Acre

“Da trajetória Escolar ao Sucesso Profissional: narrativas de Professoras e Professores Negros” será lançado nesta sexta-feira, 24, no Acre. O lançamento será no espaço O Casarão, centro da cidade de Rio Branco, às 19 horas.

O autor do livro é o professor Jorge Fernandes, da Universidade Federal do Acre (Ufac). Ele conta que a produção é a continuação do seu primeiro livro “Negros na Amazônia Acreana” lançado em 2012, que se debruça sobre a situação do negro acreano.

“A pesquisa faz um resgate da trajetória do professor no Brasil desde o século 19 e mostra como os negros estiveram inseridos nessa história. Traz relatos de docentes de outras regiões, mas com um recorte especial do Acre”, explica o escritor.

A obra

Além disso o estudo traz narrativas de professores desde as suas experiências como aluno até a efetivação profissional na docência. Ao mesmo tempo que revela os caminhos pelos quais pessoas negras oriundas de famílias socialmente excluídas trilharam para alcançar o sucesso na escola e na profissão.

Fernandes descreve também sobre o papel desempenhado pelas mulheres negras e as diferenças de gêneros desde a origem da profissão docente até o século 21, e como a mulher criou situação para aprender a ler e escrever na intenção de alfabetizar seus próprios filhos.

A obra é pioneira na região com esse enfoque específico da temática de professores acreanos. E nas palavras do pesquisador “inaugura um novo campo de pesquisa relacionado as trajetórias desses profissionais na região”.

Campo de pesquisa

A pesquisa teve como objeto de estudo 19 profissionais classificados como negros de cor preta ou parda. Para o IBGE esse dois grupos pertencem a categoria dos negros. Todos os professores são da educação básica da rede pública estadual e municipal.

Isis Melo coordenadora de Educação para os Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade, da Secretaria Estadual de Educação e Esporte, destaca que a obra vem para mostrar uma realidade muitas vezes invisibilizadas por grande parte da sociedade.

“É uma proposta super positiva, uma vez que se vive um discurso da não presença de negros no Acre, principalmente quando o discurso é sobre licenciatura. Então, quando o Jorge faz traz essa temática ele está desmistificando uma discussão que até então não foi feita. Quem é a população negra do Acre e quem é esse grupo na categoria das licenciaturas?”, pondera.

De acordo com as estatísticas de 2016, dos 13.040 professores no Acre, a maioria eram de cor Não declarada somando 5.751 profissionais, seguidos da cor parda, 4.847 e depois cor branca 1.179. Os declarados de cor preta eram apenas 751, amarela 59 e indígenas 453.

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