Forte estiagem põe em risco a atividade dos agricultores
O governo do Estado entregou kits de irrigação aos produtores rurais que aderiram ao programa de plantio de coco em Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Segundo o gerente de Planejamento da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seap), Mamede Dankar, foram entregues 11 mil metros de mangueira, 36 bombas submersas, duas motobombas para produtores que não têm energia elétrica em sua propriedade e 39 caixas d’água.
O programa de incentivo ao plantio de coco no Vale do Juruá foi lançado pelo governador Tião Viana no início de janeiro. No mês de março ocorreu a capacitação dos produtores selecionados. Eles foram orientados na escolha da melhor área, na retirada de amostras para análise do solo e receberam orientações gerais sobre o tipo de coco mais indicado para o plantio, como combater pragas e como conduzir a cultura.
O governo adquiriu 41 mil mudas de coco. Foram selecionados 40 produtores rurais – 30 de Mâncio Lima e 10 de Rodrigues Alves. Cada um deles poderia plantar até cinco hectares de coco – cerca de 200 mudas por hectare. No entanto, alguns produtores optaram por plantar áreas menores e por isso o número de beneficiados poderá chegar a 80, para atingir os 200 hectares previstos, segundo informação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mâncio Lima, Francisco Ribeiro da Silva.
Ampliando as opções na economia local
Para Silva, o governo acertou ao instituir o programa do coco. “É importante porque amplia a economia do município. Alguns anos nossa economia se resumia à farinha, depois veio a piscicultura, e agora o projeto do coco. É um projeto piloto. A gente tem que trabalhar com muito carinho. O governo está fazendo a parte dele: houve a capacitação, o plantio, e agora vem a irrigação.”
O produtor Amarizio Alencar Muniz, que juntamente com o irmão Francisco Raimundo toca uma produtiva propriedade rural na localidade Pé da Terra, em Mâncio Lima, aderiu ao programa do coco e plantou um hectare. Ele demonstrou satisfação com a ação do governo. “Com o coco vamos aumentar nossa renda, é uma cultura que se adapta bem à região. Agora, com essa irrigação, vai ficar melhor, pois o plantio está sentindo a falta de água devido ao verão que está muito forte.”
O coco tem comercialização garantida e, com a abertura definitiva da BR-364, o Vale do Juruá poderá abastecer a capital. No futuro é desejo do governo implantar uma indústria de processamento dos produtos do coco, como o leite-de-coco e o coco-ralado. Foram adquiridas mudas de coco-anão e coco-híbrido, sendo o primeiro mais apropriado para a produção de água-de-coco e o segundo, de polpa.
O coco-anão começa a produzir após três anos. Aos seis anos estabiliza a produção em sua capacidade máxima e vai continuar assim por 20 anos. O coco-híbrido começa a produzir aos seis anos. Estabiliza a produção depois de oito anos e permanece produzindo por 20 anos. Cada pé de coco, anão ou híbrido, quando bem cuidado e fertilizado, pode produzir 200 cocos por ano. Com a média de 200 pés por hectare, o produtor teria, assim, a expectativa de colher 40 mil cocos por hectare/ano.