 A busca pela identidade acreana é um dos objetivos do grupo (Foto: Flaviano Schneider) |
Iniciado no último dia 25, em Rio Branco, o curso de formação em design de móveis do governo do Estado, em parceria com a Escola Politécnica de Milão (Itália), tem, entre os 37 participantes, a presença de quatro alunos juruaenses: dois de Cruzeiro do Sul, ligados à Cooperativa Artes da Floresta, e dois de Mâncio Lima, ligados à Coopermoa. São eles: Carlos Moura, Eliane Carvalho, Genildo Araújo Moura e Josimar Silva de Lima. Todos são ligados à indústria moveleira – Genildo, por exemplo, já tem 15 anos de atividades no ramo, e Eliane é filha de um dos pioneiros – e até hoje em atividade – da movelaria cruzeirense, Hélio Pedrosa.
A Escola Politécnica de Milão, referência mundial em design de móveis, cedeu três professores para realizar o curso, graças a um esforço pessoal do governador Tião Viana e da primeira-dama Marlúcia Cândida.
A excelência da instituição animou Eliane. Ela acredita que com a tecnologia dos italianos e a criatividade dos cruzeirenses pode surgir um novo modelo de móveis. “Com a leveza e a modernidade que eles têm, junto com as matérias-primas que temos na região, como sementes e fibras, pode surgir um estilo acreano. No curso estamos procurando a identidade acreana, para quando nossos móveis chegarem a outros Estados e outros países eles sejam reconhecidos como móveis daqui”, disse.
O aluno Carlos Moura considerou o conteúdo do curso excelente. “A expectativa é de que possamos aproveitar o curso e produzir móveis com um design mais moderno. Estamos com professores italianos que são top e nós temos madeira de qualidade. Isso pode gerar um design melhor em nossos móveis”, disse.
Investimentos
O governo do Estado vem investindo na organização dos setores de movelaria e marcenaria e a Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens) vem coordenando as ações governamentais. O Parque Industrial Florestal de Cruzeiro do Sul, situado no bairro Nova Olinda, em área de 19 hectares, foi inaugurado recentemente. Somente na construção de 15 galpões para os setores de marcenaria e movelaria foram investidos cerca de R$ 3 milhões. O parque, anteriormente planejado para ser um polo moveleiro, teve sua abrangência ampliada para abrigar também indústrias de outros ramos. A Sedens já liberou concessões para instalação de 21 indústrias de vários tipos.
Segundo o gerente regional da Sedens, José Maria Freitas, os critérios para a escolha dos alunos que fariam o curso foram baseados em parte na organização do setor em cooperativas, procurando atender a todas com participação. Ele informa que os quatro melhores alunos do curso vão passar seis meses na Itália em especializações.
O presidente da Central de Cooperativas do ramo de marcenaria e movelaria do Estado, João Evangelista, conta que também serviu de critério o fato de o aluno já ter certa intimidade com o setor de design de móveis e capacidade para o desenho. “A intenção é igualar a nossa mão-de-obra com a de Milão”, disse. Evangelista, que participou no ano passado da viagem a Milão com um grupo de profissionais, conta: “Visitamos várias empresas e vimos as condições de trabalho lá. Eles têm muita tecnologia, mas com nossas empresas temos condições de produzir com a mesma qualidade deles”.
