Iphan realiza inventário das obras do artista acreano Hélio Melo

O Iphan dá início ao inventário das obras do artista Hélio Melo existentes no Estado do Acre: pintura, desenhos, músicas e outros. O inventário é uma ação que busca mapear as obras e as referências culturais do artista, como instrumento inicial de proteção. Essa ação faz parte do projeto “Economia da Cultura”, da Rede Acreana de Cultura, que é realizado por instituições que trabalham diretamente ou que têm em suas atividades interface com ações e políticas culturais.

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É com base na relevância da obra do artista para o patrimônio cultural acreano, que o Iphan propôs e coordena a ação com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores especializados no campo da Restauração e Conservação de Bens Móveis e Integrados. O resultado final do trabalho deve ser divulgado em uma publicação contendo as fotografias e informações sobre as obras inventariadas.

Como colaborar com o inventário?

Inicialmente, o inventário será executado apenas no Estado. Mas a contribuição de proprietários de obras que estejam em outros Estados também está sendo registrada, para o caso de ações futuras de identificação. Até o momento, foram mapeadas coleções institucionais e algumas particulares. Assim, os proprietários de obras de Hélio Melo, tanto no Acre quanto em outros Estados da Federação, que queiram colaborar com o estudo podem fazê-lo enviando e-mail para o endereço iphan-ac@iphan.gov.br.

Hélio Melo

Artista acreano, pintor, escritor, compositor e músico. Um dos principais representantes das raízes e das identidades culturais do Acre. “Assim pode ser definido Hélio Melo, um multiartista que, através de sua obra, revelou aspectos peculiares da cultura do homem da Amazônia brasileira”, afirma o superintendente do Iphan no Acre, Deyvesson Gusmão.

Hélio Melo inspirou-se  em seu próprio cotidiano: a rotina da floresta, das estradas de seringa, do contato com a fauna e com a flora amazônicas, com as lendas do Curupira, da Mãe da Mata, do Mapinguari, e posteriormente na tristeza de acompanhar a mudança da paisagem dessa porção da Amazônia, causada pela transformação da floresta em pasto para a pecuária extensiva, ocorrida a partir da década de 1970.

O isolamento da vida na floresta não foi, de maneira alguma, impedimento para prosseguir com sua produção artística: aprendeu a tocar as primeiras notas em sua rabeca, fez uso da rica vegetação presente na Amazônia para improvisar tintas naturais, e esboçou seus primeiros escritos. Da floresta, e com a floresta, nasceu um dos maiores artistas acreanos. Seus escritos, suas telas e seus desenhos expressam o compromisso social com sua região e com sua gente. Não se tem a dimensão exata da diversidade e volume de sua obra, principalmente quando se trata das pinturas e desenhos. Muitas delas estão espalhadas pelo Acre e por outras partes do Brasil, em coleções públicas ou particulares.

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