A cidade de Rio Branco tem hoje o segundo melhor índice de saneamento básico da Região Norte entre capitais, com aproximadamente 53% de esgoto coletado e tratado. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 23, pelo Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa), com base em pesquisa do Instituto Trata Brasil – 2017.
O ranking divulgado pelo instituto revela que, das 100 maiores cidades no quesito saneamento básico, Rio Branco apresenta indicadores de destaque na Região Norte, superando grandes cidades com mais de trezentos anos de história, como Manaus e Belém. A capital acreana figura também à frente de cidades como Porto Velho (RO) e Macapá (AP).
Entretanto, o diretor técnico do Depasa, Anderson Mariano, reforça que a metodologia do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) utiliza uma base de análise limitada.
“O SNIS usa uma base de análise limitada pois não considera todas as soluções para tratamento de esgoto, apenas as estações convencionais, deixando de lado as estações compactas que, devido a logística e características geográficas da Amazônia, é uma solução viável para coleta e tratamento”, explica o diretor. .
Ao assumir a gestão em 2011, o governador Tião Viana, assumiu diversos desafios. Um deles, o fornecimento de água potável mudando, assim, a história da capital, na qual apenas 40% das moradias tinham acesso à água tratada. Após 7 anos, esse índice mais que dobrou.
“Os investimentos do governo em conjunto com a prefeitura de Rio Branco, em saneamento básico, por meio do programa Ruas do Povo, incluindo a distribuição de água e rede de esgoto, reduziu o índice de mortalidade infantil em 47%, na capital, em dez anos”, pontuou Moisés Diniz, diretor-presidente do Depasa.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2010 o índice de mortalidade infantil no Acre era de 18%. Sete anos depois o índice reduziu para 14% por cada mil nascidos vivos. A redução nos números é resultado dos investimentos do estado das políticas públicas em educação, saúde (incluindo saneamento básico) e inclusão social.
Nos últimos quinze anos, o Acre vem investindo fortemente em saneamento básico. A maior Estação de Tratamento de Esgoto, a ETE São Francisco, com capacidade de tratar até 120 litros de esgoto por segundo, corta aproximadamente 20 bairros, onde vivem cerca de 65 mil pessoas. Há ainda a ETE Conquista, a ETE Redenção e a ETE da Cidade do Povo, que atende todas as moradias.
Saneamento no interior
Ainda de acordo com o diretor-presidente do Depasa, Moisés Diniz, apesar de o saneamento básico ser de responsabilidade dos municípios, o governo Tião Viana está dotando quatro municípios de difícil acesso com 100% de água tratada e tratamento de esgoto.
“Os municípios de Marechal Thaumaturgo, Jordão, Porto Walter e Santa Rosa, com IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] entre os mais baixos do Acre, terão todas as moradias urbanas servidas de água tratada, coleta e tratamento de esgoto”, informa o diretor.
Os demais 17 municípios receberam ou estão recebendo novas estações de tratamento de água, casas de química e ampliando reservatórios e redes, elevando a oferta de água tratada para acima de 90% da população.
“Nosso grande problema é o desperdício. Produzimos água suficiente, o problema ainda é a distribuição, o consumo insustentável, o desperdício e a crônica inadimplência de parte considerável dos consumidores”, explica Diniz.
Atualmente, as 22 prefeituras estão em fase final de elaboração de seus planos de saneamento básico. Rio Branco e Cruzeiro do Sul sob a responsabilidade compartilhada do Depasa, e os demais municípios sob responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com apoio da Universidade Federal do Acre (Ufac).