“Integrar para combater” é tema de seminário sobre malária no Juruá

O Teatro dos Nauas em Cruzeiro do Sul ficou lotado nesta quarta-feira, 25. Cerca de 400 pessoas presentes com um único objetivo: vencer a guerra contra a malária na região.

Não é para menos. Em 2017, os municípios de Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves concentraram mais de 98% dos 7,7 mil casos da doença no Acre.

Durante seminário, microscopistas demonstraram como é feito o exame que identifica a malária (Foto: Onofre Brito)

Este ano, os números cresceram. Já foram notificados mais de 9,5 mil casos de malária no estado.

O que se percebeu durante o seminário “Integrar para Combater”, é que existem dois consensos em relação ao combate da malária.

Um deles é a necessidade do trabalho integrado e harmonioso entre Governo Federal, Governo do Estado e as prefeituras.

Mesmo as ações diretas de combate à doença sendo de responsabilidade dos municípios, o governo do Acre tem sido parceiro das prefeituras com a entrega de materiais, equipamentos e a capacitação dos agentes de combate às endemias. “Nós já entregamos uma primeira parte desses equipamentos e até o final de junho acreditamos que iremos concluir a entrega de todo o material. São microscópios, camionetes e demais equipamentos que vão facilitar a chegada dos serviços de combate à malária em todas as localidades dessa região”, destaca Moisés Viana, diretor de vigilância em saúde da Sesacre.

Seminário reuniu representantes dos governos federal, estadual e municípios (foto: Onofre Brito)

A integração das diferentes esferas de governo para o combate à malária também é compartilhada pelo presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Acre, Daniel Herculano, gestor da saúde em Sena Madureira. “Aqui, a gente não vê bandeira partidária. Estamos acompanhando o trabalho realizado pelo governo em parceria com os municípios e apoiando as prefeituras  para vencermos essa doença”.

O outro consenso é fortalecer o trabalho feito pelos profissionais que estão na ponta e são os responsáveis pelo contato direto com a população. São os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias que percorrem comunidades urbanas e rurais orientando a população, realizando a borrifação intradomiciliar para eliminar o mosquito e que acabam subsidiando os gestores com informações que servem como parâmetro para a tomada de decisões estratégicas contra a malária.

É o caso de Andrea Silva, supervisora de uma equipe que atende 9 localidades na zona rural de Cruzeiro do Sul. “Nós fazemos um trabalho de prevenção com a eliminamos dos focos do vetor com a borrifação das casas nas áreas de risco. Identificamos aquelas pessoas que são assintomáticas, ou seja, é portador da doença, mas não exibe os sintomas e também tratamos essas pessoas.

Lina Reis, técnica do programa de malária do MS, também participou do seminário (Foto: Onofre Brito)

O Estado tem investido forte na capacitação desses profissionais tão importantes no combate à malária. “Terminamos há poucos dias mais uma etapa de capacitação com os agentes de endemias em Mâncio Lima. Temos estreitado a parceria com as prefeituras, qualificando esses agentes de endemias que estão em contato direto com a comunidade”, destaca Marília Carvalho.

Investimentos

Tião Viana reivindicou ao MS o envio de 20 mil mosquiteiros inicialmente e pelo menos 10 mil de modo emergencial (Foto: Thamara Amoreli)

Ainda nesta quarta-feira, o governador Tião Viana esteve no Ministério da Saúde, em Brasília, para cobrar ações emergenciais para o combate à malária. Ele apontou que ações como a entrega de mosquiteiros foram feitas em seu governo e surtiram um grande efeito, fazendo diminuir os números no período que o governo do Estado coordenava essa área.

“Eu vim reivindicar medidas emergenciais, que não demorem e não prejudiquem a população. São ações que vão da vigilância epidemiológica efetiva, até o uso dos mosquiteiros. Pedi 20 mil mosquiteiros de início e pelo menos 10 mil de modo emergencial”, afirma Tião.

A preocupação, explica o governador, é causada pela alta nos números da doença no estado. Ele argumenta que por anos, o governo do Estado foi responsável pelos cuidados com a malária e neste período, havia o controle dos números de casos.

Foi nesta época que o programa de combate à malária no Acre foi destaque em premiação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), sempre estando entre as finalistas.

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