O Instituto Dom Moacyr (IDM) iniciou nesta semana, através da Escola de Saúde Maria Moreira da Rocha, em Cruzeiro do Sul, a primeira etapa de formação de Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (Acis). Em duas turmas, 58 índios de Tarauacá, Feijó, Jordão e Cruzeiro do Sul farão o módulo inicial até o dia 22 de novembro. No próximo ano ainda haverá dois outros módulos e em setembro eles estarão formados.
Segundo o diretor-presidente do IDM, Marco Brandão, que esteve em Cruzeiro do Sul para a aula inaugural, em todo o Estado serão capacitados cerca de 300 agentes, que depois atuarão em suas aldeias. O curso é feito em parceria coma Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).
Segundo Brandão, na primeira etapa a ênfase está sendo dada à prevenção, reconhecimento de doenças e como levar ao conhecimento das autoridades competentes e o papel do agente. Brandão frisa a importância do agente indígena devido ao isolamento de algumas aldeias. E exemplificou: um dos participantes do curso em Cruzeiro do Sul levou 12 dias para chegar à cidade.
Diarreia e gripe
O índio Francisco Edson Pereira Morroque mora na Terra Indígena do Curralinho, no Rio Envira. Ele conta que sua aldeia tem 131 habitantes e durante o verão se pode ir até lá por um ramal de 44 quilômetros, a partir de Feijó. Na aldeia o maior problema de saúde é a diarreia, ele diz. Morroque está satisfeito pela capacitação que está tendo oportunidade de fazer e considera que será muito útil para sua aldeia o aprendizado, principalmente na prevenção.
A Terra Indígena do Igarapé do Caucho, de Tarauacá, tem uma população considerável: cerca de 700 habitantes divididos em quatro aldeias. De cada aldeia há um agente sendo capacitado. A índia Vânia Kaxinawa contou que no período de verão acontecem muitos casos de diarreia, e a gripe também é comum. Segundo ela, o trabalho como agente de saúde que vai passar a realizar será de grande importância para seus irmãos índios.