Instituto de Mudanças Climáticas realiza Oficina Socioambiental para Lideranças Indígenas

Evento reuniu cerca de 30 líderes dos municípios de Tarauacá, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Sena Madureira, Santa Rosa e Assis Brasil

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O treinamento deu iniciou ao processo de consulta de indicadores para Padrões Socioambientais do Programa de Incentivos a Serviços Ambientais

O governo do Estado, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC), em parceria com a Ong Care Brasil e com apoio do Instituto Dom Moacyr, realizou durante o período de 21 a 23 de setembro Oficina de Consulta dos Indicadores para Princípios Socioambientais de Programas de REDD+ (redução de emissões por desmatamento e degradação florestal com conservação da biodiversidade) às lideranças indígenas do Estado, na Escola da Floresta.

A oficina reuniu cerca de 30 líderes indígenas dos municípios de Tarauacá, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Sena Madureira, Santa Rosa e Assis Brasil. São representantes das comunidades Kõtanawa, Yawanawa, Katukina, Lukini, Jaminawa, Kaxinawa, Shanenawa, Arara, Apolina Arara, Ashaninka e Manchineri.

O treinamento deu iniciou ao processo de consulta de indicadores para Padrões Socioambientais do Programa de Incentivos a Serviços Ambientais – Carbono, que inclui os mecanismos de REDD+.

O IMC está  executando o projeto de teste de campo de padrões socioambientais de REDD+ junto ao Programa de Incentivos a Serviços Ambientais – Carbono do Acre. Essa iniciativa tem como objetivo estabelecer uma ferramenta adequada de avaliação do desempenho social e ambiental para o Programa ISA Carbono.

Os padrões socioambientais para REDD+ surgiram da demanda de reduzir os riscos existentes e potencializar as oportunidades, defendendo aspectos socioambientais nas ações e projetos de REDD+ elaborados de forma participativa com a Aliança para o Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCBA) e Care Internacional.

“Essas consultas setoriais são importantes porque é o olhar de baixo para cima, e o olhar indígena é importante porque eles sentem na pele a situação. A grande importância é quem está na ponta, como os indígenas, os produtores rurais e os seringueiros. Além desse olhar, permitimos a participação de todos nesse processo de construção. É o olhar de quem está vivendo essa valorização cultural. Estamos ouvindo todos da zona rural para que possamos entender a realidade local”, salientou Eufran Amaral, diretor-presidente do IMC.

Os povos indígenas, as populações tradicionais, as comunidades locais, as mulheres e os jovens são os grupos considerados mais vulneráveis no Acre. Populações com menor acesso às informações e aos serviços básicos de saúde e educação e baixa renda, são as que apresentam maior risco e capacidade muito pequena de se adaptarem aos impactos previstos referentes às mudanças do clima.

“A importância dessa oficina é que, em primeiro momento, a comunidade indígena conheça o programa socioambiental de REDD. É uma consulta para que a comunidade se posicione. É muito importante passar para a comunidade a importância da preservação das nossas florestas, embora os povos indígenas já façam essa cultura há muito tempo. Temos na oficina a participação das lideranças tradicionais e os agentes agroflorestais indígenas que já trabalham o uso sustentável para garantir o futuro das novas gerações, pois as terras são limitadas, e por isso precisamos garantir o futuro e mostrar as leis que garantam os direitos dos povos indígenas”, concluiu José de Lima Kaxinawa, assessor especial de assuntos indígenas do gabinete do governador.  

“A discussão dessa temática está inserida nos princípios com os quais trabalha a Escola da Floresta, que promove qualificação profissional para gerar alternativas de produção e melhoria de qualidade de vida associada à conservação das florestas, tendo como público prioritário moradores da zona rural, produtores familiares e extrativistas de todas as regiões do Estado do Acre”, disse Silmara de Cássia Luciano, coordenadora-geral da Escola da Floresta.

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