Iniciativas do Acre surpreenderam e emocionaram visitantes do Salão Nacional do Turismo

Emoção é o que define o depoimento da estudante de Brasília, Hanna Marinho, após conhecer um pouco do Acre no Salão Nacional do Turismo, por meio de experiências turísticas apresentadas no evento, como a Trilha Chico Mendes, além de ouvir o canto e receber pintura corporal do grupo musical Saiti Munuti – Cantos e Encantos Yawanawa, do povo indígena Yawanawa, trazido para o evento.

Estudante Hanna, de Brasília, emocionou-se ao conhecer experiências do Acre. Foto: Wesley Moraes/Seplan

A participação do Acre no Salão foi promovida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete) e parceiros. As experiências turísticas apresentadas no evento foram o Rio Croa, a Serra do Divisor e a Trilha Chico Mendes, além de vivências e festivais indígenas.

Lágrimas no encontro com a ancestralidade

A Trilha Chico Mendes, localizada nos municípios de Xapuri e Brasileia, tem 94 quilômetros e possibilita vivenciar como é o cotidiano dos moradores da floresta. “Faço um pouco de trilha e estar aqui me deu muita vontade de conhecer”, disse Hanna após receber informações sobre o trajeto, a coleta da castanha e a demonstração de como extrair a amêndoa, além do trabalho do seringueiro e os instrumentos antes utilizados na extração da seringa (látex). Tudo usando a mochila e o bastão de trilheiro – equipamentos oferecidos no estande.

“Conheci um pouco da história do meu país”, disse emocionada, sentimento que aumentou ao ouvir o canto do grupo indígena e de ter recebido no braço uma “tatuagenzinha de proteção de borboleta”, feita por um dos integrantes do grupo. “Minha tataravó era indígena, então estar conhecendo um pouco da história dela é algo extremamente incrível pra mim. Me faz pensar que, mesmo que temporariamente, eu tenho um pedacinho da minha família comigo, um pedacinho do meu passado comigo”, explicou.

Aprendizado com tatuagem

As pinturas com grafismos indígenas (kenês) foram sucesso no Salão, especialmente as figuras de ponta de lança, que representa proteção espiritual; cabeça de cobra jiboia ou sucuri, que significa energia e proteção; e borboleta, que representa a força feminina, conforme a cultura do Povo Yawuanawa.

As brasilienses Mariana (à esquerda) e Aminah exibem pinturas corporais feitas por indígenas do Acre. Foto: Wesley Moraes/Seplan

As tatuagens foram surpresa e aprendizado para as estudantes Mariana Narciso e Aminah Nunes, especialmente quanto ao significado das pinturas. “Essa é da borboleta, que é da força feminina, feita com tinta de urucum”, contou Mariana, mostrando a tatuagem no ombro. “Foi uma experiência incrível ficar perto de toda essa cultura. Agora quero conhecer de perto”, resumiu Aminah, exibindo também a borboleta no ombro.

A participação do grupo musical indígena teve o apoio da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas, com acompanhamento da técnica Pamela Apuriña.

O Acre existe e eu quero conhecer

No estande institucional do governo, foram apresentadas, além das experiências turísticas, produtos como castanhas, biscoitos e óleo extravirgem de castanha, sabonetes de flores silvestres, velas aromatizadas de cupuaçu e cachaças de jambu e jucá, todos elogiados.

Nathálya, de Brasília, quer desbravar as riquezas do Acre. Foto: Wesley Moraes/Seplan

Outra visitante que se encantou foi a bancária Nathálya de Paula. “Quero conhecer o Acre”, disse, reforçando querer quebrar o estereótipo de que o Acre não existe. “Pra mim, o Acre é um local de riquezas desconhecidas a serem desbravadas, que eu quero conhecer e explorar mais”, informou, empolgada. Sobre os produtos acreanos degustados, do biscoito à cachaça de jucá, afirmou: “São produtos maravilhosos, diferentes, gostei muito”.

Rio Croa, a beleza feita por Deus

Frederich, de Anápolis (GO), deslumbrou-se com a beleza do Rio Croa. Foto: Wesley Moraes/Seplan

A experiência turística do Rio Croa – cartão postal famoso especialmente pelo leito coberto de vegetação verde durante um período do ano – chamou a atenção dos visitantes do Salão. Entre eles, o expositor de cachaça Frederich Sales, de Anápolis (GO).  “Acho muito interessante, a natureza é realmente fantástica, é deslumbrante aos nossos olhos, porque é uma coisa feita por Deus, e acho que lá é tudo de bom. Não conheço, mas quero conhecer”, disse.

Vontade já é a metade

No estande da Serra do Divisor, onde foi montada uma pequena réplica do mirante que existe lá, visitantes como Lais Vieira e Eduardo Fernandes, de Brasília, também se encantaram com a foto do local e afirmaram que gostariam de visitar. “Acho que é longe de tudo e diferente, por isso queria conhecer”, disse Laís. Esse desejo também foi relatado por Eduardo, que fez ressalva sobre o custo da viagem mas lembrou: “Vontade já é a metade”.

Lais e Eduardo no pequeno mirante onde foi simulada a vista para a Serra do Divisor. Foto: Wesley Moraes/Seplan

Artesanato com admirador fiel

O estande com artesanato contou com produtos da floresta e sustentáveis, abrangendo desde bijoias a peças em látex, gamelas, cestas e marchetaria. A qualidade e beleza da produção acreana foi elogiada por visitantes como Sandro Sidney.

Sidney contou que ficou fã do artesanato acreano há cerca de 12 anos, num evento em Brasília, quando comprou sousplats (suportes de pratos) – em formato de folha “que duram até hoje”, e ficou feliz de encontrar novamente os produtos, comprando inclusive os suportes de presente para a mãe e a sogra.

Sandro Sidney, de Brasília, fã do artesanato acreano, comprou suportes de prato no estande do Acre. Foto: Wesley Moraes/Seplan

“O artesanato de vocês é bonito, ecológico e de qualidade”, afirmou Sidney, incentivando a expansão das vendas “porque o artesanato de vocês é fantástico, maravilhoso, e todos precisam conhecer essa maravilha que é o Acre e que eu desejo conhecer”.

A promoção do artesanato tem o apoio do Programa REM Fase II, que abrange a cooperação financeira entre os governos do Acre, da Alemanha e do Reino Unido por meio do banco KfW. O programa é coordenado pela Secretaria de Planejamento e a Sete atua no artesanato florestal.

Bianca Marques, diretora de Empreendedorismo da Sete, no Fórum Nacional de Turismo. Foto: Wesley Moraes/Seplan

“O objetivo do programa é a implementação de projetos voltados à conservação das florestas e geração de renda aos provedores de serviços ambientais, que garantem a redução das emissões de gases de efeito estufa, por meio de diversos órgãos subexecutores, beneficiando milhares de produtores rurais, ribeirinhos, extrativistas e indígenas”, explicou Bianca Marques, diretora de Empreendedorismo da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo.

A mensagem do turismo de natureza chegou

Sirlânia Venturin, diretora de Turismo da Sete. no Fórum Nacional de Turismo. Foto: Wesley Moraes/Seplan

Para a diretora de Turismo da Sete, Sirlânia Venturin, a participação do Acre no evento e os retornos recebidos com os depoimentos dos visitantes nos estandes “conseguiram mostrar que a mensagem do governo sobre  a importância do turismo de natureza para a economia e para a preservação ambiental chegou junto ao público, incentivando e fomentando novos visitantes e negócios” no estado.

A participação do Acre no Salão do Turismo também contou com o apoio da Casa Civil. A degustação dos produtos acreanos foi apoiada por: Miragina, Rei da Castanha, Cachaça Acreaninha, Cachaça Aquiry (Ligeirinho) e Ve-LaLuz*.

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