Próximo passo é a certificação mundial de Fair Trade e alcançar o comércio internacional
O Governo do Estado resgata a importância dos extrativistas para a economia do Acre. A cadeia produtiva da castanha faz parte de um planejamento que pretende implantar mais duas usinas de beneficiamento de castanha do Brasil, a exemplo da inaugurada na última semana em Brasileia.
As duas indústrias devem beneficiar diretamente 4.422 famílias. Os objetivos principais são promover a competitividade, a gestão florestal e extrativista no Acre, como forma de contribuir para consolidar uma economia de baixo carbono com forte inclusão social. Uma delas será instalada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e outra no Distrito Industrial em Rio Branco.
O processo de consolidação da cadeia produtiva da castanha passa pela industrialização da amêndoa, que garante geração de renda para os moradores da floresta, e para quem vive na cidade, que trabalha nas fábricas. A castanha beneficiada nas indústrias acreanas terá certificação mundial de Fair Trade, que literalmente significa comercio justo, é um dos pilares da sustentabilidade econômica e ecológica. Uma modalidade de comércio internacional que busca o estabelecimento de preços justos, bem como de padrões sociais e ambientais equilibrados nas cadeias produtivas.
As ações de assistência técnica e fomento, coordenadas pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), estão orientados pelas políticas públicas de valorização do ativo ambiental e florestal do Acre, que busca aliar o desenvolvimento com a preservação dos recursos naturais e recuperação de áreas alteradas. “Os extrativistas são os protagonistas essenciais à economia do Estado”, afirma Lourival Marques, Secretário da Seaprof.
Assim como as cadeias produtivas se comunicam, as ações são transversais e integradas entre secretarias que compõem a administração do Estado também. A Secretaria de Pequenos Negócios, de Meio Ambiente (Sema), Departamento de Estradas e Rodagens (Deracre), Secretaria de Agropecuária (Seap) e Secretaria de Desenvolvimento, Industria, Comércio e Tecnologia (Sedict), são bons exemplos de como o trabalho em conjunto vem surtindo efeito.
A Seaprof e Seap entram com a assistência técnica e o fomento. O Deracre está melhorando ramais, o que facilita o escoamento da produção familiar. Em seguida a Secretaria de Pequenos Negócios incentiva empreendimentos de pequeno porte, que irá abastecer a Zona de Processamento e Exportação (ZPE), coordenada pela Sedict, que por sua vez, busca priorizar a produção sustentável, monitorada pela Sema.
Comércio justo
Todos envolvidos no circuito do Comércio Justo devem obedecer aos seguintes princípios:
A preocupação e o respeito pelas pessoas e pelo ambiente, colocando as pessoas acima do lucro;
A criação de meios e oportunidades para os produtores melhorarem as suas condições de vida e de trabalho, incluindo o pagamento de um preço justo (um preço que cubra os custos de um rendimento aceitável, da proteção ambiental e da segurança econômica);
Abertura e transparência quanto à estrutura das organizações e todos os aspectos da sua atividade e informação mútua, entre todos os intervenientes na cadeia comercial, sobre os seus produtos e métodos de comercialização;
Envolvimento dos produtores, voluntários e empregados nas tomadas de decisão que os afetam;
A proteção dos direitos humanos, nomeadamente os das mulheres, das crianças e dos povos indígenas;
A conscientização para a situação das mulheres e dos homens, enquanto produtores e comerciantes e a promoção da igualdade de oportunidades;
A promoção da sustentabilidade através do estabelecimento de relações comerciais estáveis de longo prazo;
A educação e a participação em campanhas de sensibilização;
A produção tão completa quanto possível dos produtos comercializados no país de origem.