Indígenas do Acre são premiados pela ONU por projeto de defesa da Amazônia

Indígenas acreanos representaram a comunidade Apiwtxa na entrega do prêmio em Nova York (Foto: Arnaldo Vargas/UNDP)

No último dia 17, uma comunidade indígena acreana se tornou vencedora do Prêmio Equatorial 2017, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), numa importante cerimônia em Nova York (EUA).

A Associação Ashaninka do Rio Amônia, da aldeia Apiwtxa, localizada em Marechal Thaumaturgo na fronteira com o Peru, foi consagrada como uma das 15 melhores iniciativas de solução sustentável para desafios voltados à proteção e promoção de pessoas, comunidades e do meio ambiente.

A premiação foi um reconhecimento mundial, já que o concurso, realizado de forma bianual, recebeu mais de 800 inscrições de 120 países. Além da Associação Ashaninka, o Brasil também venceu com a Associação Terra Indígena Xingu (Atix), localizada no Mato Grosso. Cada um recebeu dez mil dólares, para serem investidos na continuidade dos trabalhos, além da visibilidade de empresas e ONGs envolvidas com a defesa do meio ambiente.

Um projeto pela Amazônia

O projeto apresentado pela Associação Apiwtxa no concurso trata da formação de jovens com troca de conhecimentos entre a tribo, reflorestamento e conservação da Floresta Amazônica, na Yoreka Ãtame, um Centro de Saberes da Floresta construído pela própria comunidade, bem como sua atuação junto a comunidades indígenas e extrativistas vizinhas, no âmbito do Projeto Alto Juruá, financiado com recursos do Fundo Amazônia.

Na língua indígena, Apiwtka significa “união”. E foi com união que a associação indígena acreana desenvolveu assim uma estratégia de defesa das suas terras, além de melhorar a qualidade de vida da comunidade com o manejo sustentável.

Benki Pianko, um dos nomes à frente do projeto da Apiwtxa, esteve na cerimônia de premiação em Nova York e fala da honra pelo reconhecimento.

“Pra um trabalho desses ser reconhecido, é porque ele apresentou resultados. E o nosso tem essa visão de mundo diferente. Muitos dos projetos vencedores foram de defesa de animais como abelhas, elefantes e leões-marinhos, e o nosso defendeu diretamente o povo e nossa identidade cultural, que abrangeu o manejo de diversas espécies”, conta Benki.

O governo do Estado é um dos parceiros da comunidade, com a execução de diversas políticas públicas, como os investimentos na área de produção, na segurança alimentar, no turismo e na educação. Só para a instalação da agroindústria de despolpadeira de frutas e na compra de mudas para reflorestamento foi investido R$ 1,2 milhão.

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