[vc_row full_width=”stretch_row_content” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”270673″ parallax_speed_bg=”1″ css=”.vc_custom_1492615834163{margin-top: -200px !important;}”][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Indígenas cultivam a tradição da agricultura na Amazônia” font_container=”tag:h1|font_size:50|text_align:left|color:%23686868″ google_fonts=”font_family:Ubuntu%20Condensed%3Aregular|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][vc_column_text]Na margem direita da rodovia BR-364, em Tarauacá, é possível chegar a uma das menores terras indígenas (TI) da Amazônia. A Aldeia Pinuya, da TI Colônia 27, do povo Huni Kuin, mostra força na renovação da terra e cultural. Existindo há apenas 44 anos, em uma área de 305 hectares, a comunidade transformou uma antiga fazenda degradada em uma florescente aldeia, com tradições e uma produção exuberante.
Em um terreno acidentado, característico da região, as 38 famílias trabalham na plantação de banana, milho, abacate, mandioca, criação de abelhas e peixes, bem como na elaboração do artesanato. Cada um desses elementos, além de subsistência da população e uma possibilidade de renda, é símbolo do resgate cultural que os povos indígenas do Acre vivem.
“Só tem uma coisa que faz a gente viver, que é ter coragem e determinação”, declara Maná Huni Kuin, uma das lideranças da Pinuya, professor, ex-vereador da cidade e presidente da Organização dos Povos Indígenas do Rio Tarauacá (Opitar). Ele está há 35 anos na aldeia e conta, enquanto passeia pelos terreiros, um pouco da história do local.
Surgida com a chegada de três famílias Huni Kuin, em 1972, a TI foi demarcada e homologada, em 1991, com 105 hectares de extensão. Com o Plano de Mitigação da BR-364, no ano de 2002, mais 200 hectares foram comprados pelo governo do Estado e incluídas no território.
Com a grande degradação do local, usado apenas para pasto e sem nenhuma cobertura vegetal, o igarapé que cortava o local secou. Maná e outras lideranças percorreram o país e o mundo em busca de alternativas para o problema da água, e conseguiram uma barragem.
Mas a solução, com o tempo, foi sendo descoberta pelos próprios moradores: o reflorestamento. “Nós começamos a morar em um local totalmente degradado, hoje já estamos no meio da floresta. Reconstruímos este local e estamos ajudando o país e o mundo a se desenvolverem”, afirma Maná.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”270791″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][vc_custom_heading text=”O governo do Acre realiza ainda diversas ações de fortalecimento da produção indígena e, tendo investido mais de R$ 20 milhões desde 2011. Além disso, 13 comunidades indígenas participaram do PAA, movimentando mais de R$ 400 mil em 2016.” font_container=”tag:h2|font_size:40|text_align:center|color:%23ffffff” google_fonts=”font_family:Ubuntu%20Condensed%3Aregular|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal” css=”.vc_custom_1515169070808{background-color: #bf0033 !important;}”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Da subsistência para o mercado” font_container=”tag:h2|font_size:50|text_align:left|color:%23686868″ google_fonts=”font_family:Ubuntu%20Condensed%3Aregular|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][vc_column_text]
A mudança foi grande. Foram plantadas diversas frutíferas, além das plantas medicinais da tradição, e construídos 14 açudes com várias espécies de peixe. Com a evolução positiva do solo e do bem-estar, o cultivo em geral foi se estendendo. Além da mandioca, o milho é produzido anualmente e se torna uma possibilidade de renda, além da subsistência.
“Tem mercado para o milho, a gente consegue vender na cidade a R$ 40 a mão de milho (50 espigas). Além de servir de alimento para a gente, serve também para alimentar as galinhas e peixes. O tambaqui gosta muito de milho”, explica o professor e líder da comunidade Txanamashā Inu Bake, conhecido também de Assis Kaxinawá.
Um grande exemplo da importância da agricultura familiar é seu papel como protetora de qualidades genéticas, passadas de geração em geração. Assis explica que o milho é plantado a partir de sementes tradicionais Huni Kuin. “A gente faz canjica, pão, caiçuma e vários tipos de comida com esse milho”, afirma.
A banana é outro produto comercializado. Depois da entrega de um caminhão, pelo governo do Estado, a Aldeia está podendo levar sua mercadoria até Rio Branco. Em 2013, o grupo levou a banana à Central de Abastecimento (Ceasa), na capital. Além disso, por anos, tem vendido para a merenda escolar por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal em parceria com o estadual. Em 2016, recebeu mais de R$ 19 mil com sua produção.
O governo do Acre realiza ainda diversas ações de fortalecimento da produção indígena, tendo investido mais de R$ 20 milhões desde 2011. Além disso, 13 comunidades indígenas participaram do PAA, movimentando mais de R$ 400 mil em 2016.
A Aldeia Pinuya é exemplo de agricultura familiar e de resistência cultural dos povos indígenas. Do canto e da dança ao cultivo de seus tradicionais roçados, transformaram a terra, revivendo uma floresta. “O reflorestamento trouxe muita coisa importante. Não tínhamos o que comer nem água para beber e estamos vendo a terra sarar. A saúde dela é germinar todas as sementes que plantamos”, afirma Assis.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”270748″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][vc_video link=”https://youtu.be/9k3SYY3T3iQ” align=”center” css_animation=”flipInX” title=”Veja o vídeo” el_class=”card”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”A ancestralidade contemporânea” font_container=”tag:h2|font_size:50|text_align:left|color:%23686868″ google_fonts=”font_family:Ubuntu%20Condensed%3Aregular|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][vc_column_text]
“A agricultura está na cultura indígena”, afirma José Meirelles, indigenista e sertanista que trabalhou por anos com os povos que vivem em isolamento voluntário na floresta. Durante o recente primeiro contato de um desses grupos, em 2014, na base de proteção do Rio Xinane, em Feijó, Meirelles teve a oportunidade de trocar algumas experiências de cultivo, constatando o interesses deles pela agricultura.
Depois da agitação dos primeiros dias de contato, os indígenas começaram a se mostrar mais interessados em trocar informações sobre sua vivência. Meirelles relata algumas interações: “Teve um velho que veio conversar, falou que me observava cuidando das plantas anos atrás, na Base do Xinane. Ele perguntou se eu gostava mesmo de cultivar e disse que a mandioca que eu plantava não era boa, iria então buscar umas de seu roçado para eu experimentar”.
Cinco dias depois, o velho apareceu com uma cesta com milho, mamão, pimenta e mandioca. O sertanista relata que as espécies que ele pôde ver são bastante diferentes das cultivadas no resto do estado e país. “O milho deles, quando maduro, é possível comer cru, é mole. O mamão tem a cor de goiaba por dentro, é muito saboroso”, explica.
Meirelles, observando durante várias vezes no ano os “isolados do Humaitá”, grupo recém-fotografado, percebeu um modo diferente de realizar o plantio. “Eles derrubam as árvores no espaço que será o roçado no mês de maio e, sem utilizar o fogo, plantam o milho. Depois que tiram essa colheita, lá por agosto, é que fazem uma queimada na área e plantam outras culturas, como mandioca”, explica o indigenista.
Meirelles conta ainda que, além de não deixarem um “pé de mato” invasor no roçado, esses grupos, isolados de qualquer estudo técnico, fazem o tipo de cultivo indicado para a região por várias teorias: o Sistema Agroflorestal (SAF – consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas que podem ser utilizados para restaurar florestas). “Nesses roçados tem tudo junto: milho, mamão, mandioca, batatas, algodão, pau-de-flecha e pode ter até mesmo algumas plantas medicinais”, acrescenta, atestando em seguida que “produzir é coisa de índio”.
Nessas tradições, está a prova de que a agricultura familiar é uma realidade na cultura indígena desde tempos imemoriais. Contra qualquer preconceito, os povos indígenas, isolados ou não, provam que trabalho e conhecimento não faltam em uma aldeia saudável. Maná Huni Kuin reafirma o tamanho que a natureza é para seu povo e para o mundo: “Valorizamos a vida natural. Acreditamos que todo o ser humano que come, bebe e tem vida, se sustenta do que nasce na terra”.[/vc_column_text][vc_separator color=”orange” border_width=”2″][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”270759″ css=”.vc_custom_1492617247692{background-color: #ffffff !important;border-radius: 20px !important;}”][vc_column width=”2/3″ el_class=”card” css=”.vc_custom_1492617498349{background-color: #ffffff !important;}”][vc_custom_heading text=”Sobre os isolados” font_container=”tag:h3|font_size:50|text_align:left|color:%23686868″ google_fonts=”font_family:Ubuntu%20Condensed%3Aregular|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][vc_column_text]O Acre tem em seu território duas linhas da história passando ao mesmo tempo. De um lado, grupos indígenas que estão retomando suas tradições e fortalecendo seus aspectos culturais, buscando viver em um mundo contemporâneo que exerce várias pressões. E de um outro, grupos que resolveram manter-se isolados de um contato com povos brancos ou mesmo de outros indígenas, mas que são retrato vivo da história da ocupação da Amazônia, com tradições únicas e desconhecidas pelo mundo.
Até o momento foi confirmada a presença de quatro grupos distintos de isolados no Acre. Três deles possuem malocas e roçados em duas TI, Kampa de Isolados do Rio Envira e Riozinho do Alto Envira, um outro grupo é nômade. Um desses grupos, os Sapanawa, realizou um primeiro contato, buscando ajuda, com indígenas ashaninka e servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), em junho de 2014 na Aldeia Simpatia da TI Kampa e Isolados do Alto Rio Envira.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″ el_class=”card” css=”.vc_custom_1492617517440{background-color: #f7f7f7 !important;}”][vc_gallery type=”nivo” interval=”3″ images=”270671,270670,270668,270690,270669″ css_animation=”flipInX”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_separator color=”orange” border_width=”2″][vc_column_text]
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content”][vc_column][vc_text_separator title=”Texto: Arison Jardim || Fotos: Arison Jardim, Pedro Devanir e Sérgio Vale || Diagramação: Adaildo Neto” border_width=”4″][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” parallax=”content-moving” parallax_image=”271288″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][vc_custom_heading text=”Série “Agricultores acreanos demonstram a força do espírito empreendedor“” font_container=”tag:h2|font_size:30|text_align:center|color:%23ffffff” google_fonts=”font_family:Ubuntu%20Condensed%3Aregular|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal” css_animation=”fadeIn” link=”url:http%3A%2F%2Fwww.agencia.ac.gov.br%2Fagricultores-acreanos-demonstram-forca-espirito-empreendedor%2F|||”][vc_btn title=”Voltar” color=”orange” size=”lg” align=”center” css_animation=”fadeIn” link=”url:http%3A%2F%2Fwww.agencia.ac.gov.br%2Fagricultores-acreanos-demonstram-forca-espirito-empreendedor%2F|||”][/vc_column][/vc_row]