Para estimular a expansão da avicultura, um dos segmentos do setor produtivo que mais cresce no Acre, a Central de Incubação da Secretaria de Agropecuária (Seap) produz 10 mil pintos por semana e tem como principal comprador o produtor familiar. O governo do Estado também vem fomentando a criação de galinhas da variedade Caipira Tropical nas comunidades e municípios mais isolados por meio do Programa de Segurança Alimentar.
Segundo o secretário adjunto da Seap, Mamed Dankar, mais do que atender a interesses comerciais, a incubadora do estado está a serviço dos pequenos produtores familiares. “Consideramos que seja essa a função social da atividade da Central de Incubação”, garante, explicando que o estímulo à criação de aves está ajudando a elevar a qualidade da alimentação das famílias.
O Programa de Segurança Alimentar envolve uma parceria entre a Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seap) e a Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). Segundo o técnico da Seaprof, Altemar Pereira de Lima, o fomento à criação de galinha caipira tem duas finalidades principais: incrementar a dieta alimentar nos municípios isolados e favorecer o plantel dos produtores.
Os pintos custariam aos produtores cerca de R$ 1,30 (para corte) ou R$1,60 (para postura de ovos) mas, pelo Programa de Segurança Alimentar, aqueles situados nos municípios mais distantes não pagam nada – o que é um incentivo do governo do estado.
As linhagens trabalhadas na Central de Incubação são: Pedrês, Caipira Tropical, Gigante Negro, Pescoço Pelado, Pescoço Vermelho, Embrapa e Isal Brawn. Elas atendem às necessidades dos produtores que se interessarem por criar para a produção de ovos ou para corte. Semanalmente, são distribuídas 10 mil aves em 17 municípios do estado.
Jalcenyr Pessoa, zootecnista da Seap, explica a sequência de produção da Central de Incubação, que começa com os ovos fertilizados sendo colocados na incubadora por 18 dias e em seguida são transferidos para o Nascedouro. Com 21 dias, os ovos eclodem, os pintos são selecionados e recebem vacina. “Aí estão prontos para a distribuição”, conclui.
Produtores incrementam renda com comércio de aves
O produtor Alexandre Vasconcelos de Araújo, proprietário da Fazenda Boi Verde, localizada na estrada Transacreana, semanalmente adquire de 50 a 100 pintos de um dia na Central de Incubação. Esta semana comprou 50 do tipo Gigante Negro, especial para corte. Após 70 dias, a ave está pronta para o abate. “Eu vendo lá na propriedade a R$ 20,00 o frango abatido. Compro o pinto de um dia por R$ 1,30. Dá pra fazer uma renda”, disse Alexandre.
José de Almeida Maisforte, da Colônia São José, na estrada Transacreana, Ramal do Castanheira, chega a vender cerca de 800 frangos por mês a R$ 14,00, alcançando uma renda de mais de R$ 11 mil. “É assim que a gente vai levando: cria frango, planta. Eu vendo tudo lá na propriedade mesmo”, explicou. Esta semana, José Almeida levou mil pintos de um dia.
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Central de Incubação tem 36 anos
Por 12 anos a Central de Incubação ficou inativa. Inaugurada em 1976 produzindo pintos para corte e de postura de ovos brancos, após a abertura da BR-364 a atividade foi considerada economicamente inviável. O ano era 1990. “Em quase todos os segmentos da produção agropecuária isso aconteceu. A organização econômica da época não nos permitia competir com os produtos importados de São Paulo”, conta João Fleming, zootecnista da Seap.
Em 2002 os registros apontavam que o Acre importava de Rondônia 20 mil aves e deixava naquele mercado cerca de R$200 mil a R$300 mil. O governo do estado, comandado por Jorge Viana, investiu na reabertura da Central de Incubação com o objetivo de produzir 20 mil pintos por mês. Com uma nova visão tanto econômica como social, a decisão foi acertada e hoje são produzidos 10 mil pintos por semana. Em 2011 a produção foi de 403.212 pintos, atendendo 2.728 produtores familiares.{/xtypo_rounded2}