Governo do Estado vai promover ações para que boas ideias possam transformar a economia acreana
José Petelin é um paulista que se mudou para o Acre em 2008. Sua vida sempre foi ligada ao campo e à produção. Era assim em São Paulo, é assim também no Acre. Empenhado e dedicado, ao chegar ao Estado, conseguiu terras arrendadas e começou sua produção. Agora, em 2011, Petelin tem plantados 22 hectares de melancia e 22 hectares de abóbora. Daqui a 15 dias começa a colher. Mas, e na hora de vender? Como o governo do Acre pode ajudar pessoas como Petelin, que, sozinho, cuida de tudo e ainda é um pequeno produtor? Esse é um dos papéis da Secretaria de Pequenos Negócios, recém-criada pelo governo de Tião Viana.
Ao todo, serão 80 a 100 toneladas de melancia e cerca de 20 toneladas de abóbora por hectare, em mais de 16 mil pés plantados nas terras arrendadas por Petelin perto da divisa com o Amazonas, na estrada rumo a Boca do Acre. “O que tem de bom aqui é o governo. Pedimos um caminhão e eles dão, pedimos um trator e eles dão. Os próprios ‘meninos’ vêm aqui para saber como podem ajudar. Não tenho do que reclamar”, conta o produtor.
A visita a que Petelin se refere é a de José Carlos Reis, que assume em breve a Secretaria de Pequenos Negócios. “Produzir e procurar mercado sozinho é muito difícil para o pequeno produtor. Vamos trabalhar pequenos projetos para a área rural. Vamos trabalhar no fim da cadeia de produção, mas a política de produção é integrada do começo ao fim”, explica Reis. Ele lembra também o papel fundamental da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). A união entre o trabalho das secretarias será uma marca do governo de Tião Viana, criando um maior dinamismo entre as instituições.
“Aqui é só não ter preguiça de trabalhar”, revela Petelin, embora não esconda o receio com o mercado e as vendas que fará de suas melancias e abóboras não só para todo o Acre, mas para Manaus (AM) e Porto Velho (RO). A empresária Solange Pereira, que atua em Porto Velho, visitou pela primeira vez as terras de Petelin. Só no ano passado ela comprou 35 toneladas de melancia para o Estado vizinho. Este ano já planeja comprar três carretas do produto por semana.
Mas como fazer com que o pequeno produtor não seja "engolido" por aqueles que regulam o mercado? Esse é um dos desafios que a Secretaria de Pequenos Negócios passa a assumir agora. “O mercado é muito dinâmico. O papel da SPN é justamente auxiliar o pequeno produtor, pois o grande já sabe como lidar com o mercado financeiro”, argumenta Sérgio Lopes, diretor da Central de Comercialização e Abastecimento de Rio Branco (Ceasa), que também promete uma importante parceria com a SPN.
Auxiliar o pequeno produtor rural no fim da cadeia de produção não é a única missão da Secretaria de Pequenos Negócios. Mesmo nesse momento, em que ela funciona como uma secretaria extraordinária, já desenvolve atividades que objetivam principalmente a geração de renda para quem tem muito pouco e ainda depende quase exclusivamente dos programas assistenciais do governo, como o Bolsa Família e o CADúnico.
“Entrar em contato com as pessoas e motivar. A SPN vai ficar responsável por comprar equipamentos e qualificar o pessoal. São atividades que podem gerar uma renda para quem quer uma oportunidade e não tem nada”, explica Reis. A secretaria não vai apenas realizar um investimento para as pessoas, mas acompanhá-las e instruí-las pelo período de dois anos.
"Existe uma parcela da população que não tem uma margem de crédito. O objetivo do governo do Estado é financiar essas pessoas com equipamento, crédito ou capacitação”, reforça Reis. Hoje, no Acre, há cooperativas e associações que estão indo muito bem. A determinação do governador Tião Viana é tirar a população dos programas assistenciais e trazê-las para o setor produtivo.
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Projetos em andamento
Mesmo em caráter extraordinário, a Secretaria de Pequenos Projetos já está com importantes projetos em andamento. Eles estão nas metas dos primeiros 120 dias de governo e nesse primeiro momento contemplam Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Feijó.
Cruzeiro do Sul
Meritizal: investimentos de R$ 60 mil.Criação de casa de corte e costura e galinheiros, e reforço na atividade pesqueira.
Lagoa: Investimentos de R$ 36 mil. Pequenos empreendimentos pessoais como carros de picolé, serviços públicos, limpeza de terrenos.
Rio Branco
Recanto dos Buritis, Areal, Santa Inês: investimentos de R$ 120 mil. Serão 100 pequenos empreendimentos na área de serviços e produção. É uma área onde já há uma cooperativa e haverá bastante atuação para reforçá-la. Caladinho: 50 empreendimentos de R$ 50 mil.{/xtypo_rounded2}