Dez escolas concorrem ao prêmio de R$ 10 mil reais, entre elas, a Georgete Eluan Kalume e a Francisco Salgado Filho
A professora Vanislânia Barroso vira atriz para interpretar personagens da literatura infantil (Foto: Mardilson Gomes/Assessoria SEE)
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Professora vestida de chapeuzinho vermelho aguça curiosidade das crianças (Foto: Mardilson Gomes/Assessoria SEE)
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Entre as finalistas do maior prêmio educacional do Acre, ela tem o maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), 5,4, meta para ser alcançada apenas em 2017. Estamos falando da Escola Georgete Eluan Kalume. Terceira colada na última edição do Prêmio Estadual de Referência em Gestão Escolar, a Instituição acredita ser uma forte candidata ao título em 2010.
Localizada no bairro Cadeia Velha, em Rio Branco, a escola atende cerca de 900 alunos do 1º ao 5º ano. O trabalho que vem sendo desenvolvido pela Georgete Eluan kalume pode ser considerado um modelo de superação para muitas outras unidades de ensino que enfrentam a questão do analfabetismo dos pais. Em 2008, foi feito um levantamento da escolaridade dos pais de seus alunos e descobriu-se que grande parte não sabia ler e escrever. Foi aí que a Instituição decidiu mudar o quadro e criou um projeto para alfabetizá-los e o resultado foi surpreendente: pais e alunos estudando juntos, o que rendeu aumento da aprendizagem das crianças.
Aliado ao projeto de alfabetização dos pais e para que houvesse continuidade pelo interesse em ler, professores e equipe pedagógica da escola aplicou uma fórmula interessante:contar histórias da literatura infantil sem revelar o capítulo final, o que fez com que os alunos pegassem os livros e levassem para casa, a fim de descobrir o desfecho final. Nesta empreitada, professor virou ator, pois eles se vestem dos personagens em uma sala de leitura, onde os expectadores infantis se deleitam ao redor de almofadas, brinquedos e livros. Tudo muito colorido. "Vimos que só o livro não encantava as crianças. Criamos este espaço para o professor fazer a propaganda do livro, se fantasiando", revela a coordenadora pedagógica, Nancy Souza".
De chapeuzinho vermelho, a professora Vanislânia Barrozo, 28 anos, já entra na sala de leitura com uma cesta de livros e contando um pouco do conteúdo dos livros, sem revelar detalhes. O propósito é aguçar mais ainda a curiosidade inerente as crianças e estimulá-las a pegar o livro e levar pra casa para descobrir seu final. "Isso faz com que ele fique mais motivado e entusiasmado em ler", diz a professora.
Francisco Salgado Filho e a pedagogia do sucesso
Coordenador pedagógico, Aldenir Mota pinta, desenha e ajuda na ambientação da escola (Foto: Mardilson Gomes/Assessoria SEE)
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Aldenir Mota poderia ser considerado um paizão ou seria uma faz tudo? Bem, isto é o que se pode perceber ao entrar na Escola Francisco Salgado Filho, no Conjunto Esperança, em Rio Branco.O coordenador pedagógico literalmente pinta e borda na escola que está concorrendo ao título pela segunda vez, tendo ganhado já um troféu e R$ 5 mil reais por um terceiro lugar.
O coordenador confecciona e cria com a ajuda dos professores e funcionários, os brinquedos, cartazes, fantasias e decoração dos ambientes e cantinhos de leitura da escola, o que torna o espaço da escola muito agradável e motivador para as crianças. Um conceito bastante difundido por ele é o da Pedagogia do Sucesso, que ele define como sendo a eficiência escolar no desenvolvimento da aprendizagem do aluno.
O Ideb da Salgado Filho também está entre os melhores da competição: 5,1. Para se chegar a ele, a Instituição investiu em diversos projetos de leitura, além da participação efetivamente de formação continuada e capacitações oferecidas pela Secretaria de Educação do Estado. Um destes projetos, tem um termo bem popular e que vem despertando a atenção dos pais para frequentar a escola: Vem Cá, que trouxe para dentro da escola as famílias dos alunos e fez com que eliminasse o abandono escolar. Hoje a Instituição se orgulha de possuir índice zero de abandono, mostrado num mural para todos verem.
Mas a Salgado Filho não se contentou apenas em trazer a família para participar de sua gestão, ela fez muito mais. Entre as muitas iniciativas, uma tem propiciado renda e um ofício para quem não possuía nenhum. É o projeto Qualificar Para Incluir que dá oportunidades de cursos em varias áreas aos pais. Pintura e culinária são algumas das oficinas dadas.
Para a diretora, Maria da Conceição, a mudança que está acontecendo na escola se deve ao empenho coletivo e esforço de todos da comunidade. " Eu me sinto vitoriosa. Acredito no processo que está sendo desenvolvido pela educação. Acho que é obrigação de toda escola ter projetos que incentivem a leitura e a presença da família no ambiente onde seu filho está sendo educado", conclui.
A melhor gestão escolar do Acre será conhecida na próxima quinta-feira, 05, no Teatro Plácido de Castro. No total, serão distribuídos para investimentos em projetos educacionais mais de 20 mil reais em prêmios.
