Ações específicas buscam melhorar o índice de cobertura na região do Alto Juruá e do rio Moa
O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) iniciou neste 1º de novembro em todo o Acre a segunda etapa da vacinação contra a febre aftosa. A meta é atingir no mínimo 90% de cobertura vacinal no rebanho do Estado. No Acre são quase três milhões de cabeças de gado e a meta é uma exigência do Ministério da Agricultura para que o Estado possa manter seu status atual de livre de aftosa com vacinação. Convém lembrar que os criadores tem até 30 de novembro para vacinar e até o dia 15 de dezembro para notificar. As penas para quem não vacinar podem variar de advertência a multa.
A Regional do Juruá vacinou na primeira etapa, ocorrida em maio, pouco mais de 90 mil cabeças de gado, das quais 33 mil em Cruzeiro do Sul. No cômputo geral, a região atingiu o índice de 90% de vacinação, mas em dois municípios, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, a cobertura vacinal ficou abaixo disso, o mesmo ocorreu na região do rio Moa, no município de Mâncio Lima.
Por esta razão, conta Marcos Pereira de Souza, gerente do escritório do Idaf em Cruzeiro do Sul, o órgão está organizando ações específicas nestes locais visando alcançar o índice exigido. A primeira ação ocorrerá no rio Moa onde se acredita que exista até cinco mil cabeças de gado. “Levando em consideração o baixo índice de vacinação em Mâncio Lima, o diretor-presidente do Idaf designou um médico veterinário responsável pela unidade do órgão no município e este médico em parceria com a prefeitura municipal está montando uma equipe que subirá o rio Moa até próximo à Serra do Moa e rio Azul para fazer primeiramente um recadastramento dos proprietários e logo após segue um batelão com vacinas e vacinadores”, explicou Pereira.
Porto Walter e Marechal Thaumaturgo também são municípios problemáticos embora ações específicas tenham sido feitos na primeira etapa de vacinação, que melhoraram bastante os índices de anos anteriores. Assim, como demonstrou Pereira, Marechal Thaumaturgo saiu de um índice de cobertura de apenas 3% para 66% enquanto Porto Walter que tinha um índice de vacinação de apenas 15% saltou em 2011 para 86%. Com as novas ações programadas o Idaf espera alcançar o índice mínimo.
Livre de aftosa
O último caso detectado de febre aftosa no Acre ocorreu em 1999, em Sena Madureira, mas para o Acre passar ao estágio seguinte de ‘livre de aftosa sem vacinação’, ainda é preciso avanços. Segundo Pereira, o único estado brasileiro que já atingiu esse status é Santa Catarina. No caso do estado sulista o que favoreceu foi um rígido controle das fronteiras com países vizinhos, o que não ocorre no Acre, que tem fronteira com Bolívia e Peru, países com prevenção precária.
No entanto, o Acre se prepara para pedir apenas uma vacinação por ano, mas isto, segundo Pereira, vai depender do sucesso da campanha atual e das campanhas do próximo ano.