A equipe técnica do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), deu início na manhã desta terça-feira, 19, à 2 Caravana da Mosca da Carambola para engenheiros agrônomos, florestais e técnicos agropecuários da Região Norte.
A medida visa promover a conscientização e controle da Mosca da Carambola, uma das principais pragas que afeta frutas tropicais como carambola, manga, goiaba, acerola, mamão, entre outras, e reforçar a importância do manejo integrado de pragas, com foco na prevenção, monitoramento e controle para evitar impactos na qualidade das frutas e danos econômicos.
A praga quarentenária está presente no Brasil, com registro de ocorrência nos estados Amapá, Roraima e Pará, onde encontra-se sob controle oficial do Mapa e dos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária. “A gente convive com a praga desde 1996, quando tivemos nossa primeira ocorrência na cidade de Oiapoque, no estado do Amapá, se espalhando pela BR 156, e atingindo cerca de 16 municípios do estado. Nossas atividades são contínuas e dividas entre monitoramento e combate em campo, fortalecendo a fiscalização de trânsito, buscando impedir que frutos contaminados saiam do estado”, ressalta Tiago Baltazar, gerente de defesa vegetal da Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro).
O estado do Acre, onde não há registros da Mosca da Carambola, é classificado pelo Mapa como de risco médio de entrada e dispersão da praga, conforme a Instrução Normativa nº 2, de 19 de janeiro de 2018, adotando procedimentos de prevenção estabelecidos pela Instrução Normativa da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Mapa nº 28, de 21 de julho de 2017.
Segundo a coordenadora estadual do Programa de Combate à Mosca da Carambola do Idaf, Gabriela Tamwing, a equipe técnica do órgão faz inspeções a cada 14 dias em armadilhas que são equipadas com iscas tóxicas. “O monitoramento é realizado por ações de educação sanitária vegetal e armadilhas instaladas em pontos estratégicos em todo o estado, mas esse trabalho de prevenção da mosca da carambola exige a colaboração de todos, por isso é importante que não mexam nas armadilhas instaladas pela nossa equipe e jamais transportem frutas hospedeiras dos locais de ocorrência para nosso estado”.
De acordo com o Mapa, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, e a mosca-da-carambola é a principal ameaça à manutenção dos mercados de exportação já estabelecidos e em constante expansão da fruticultura. “Apesar do nome, o inseto afeta pelo menos 30 variedades de frutas, prejudicando a comercialização e, principalmente, a exportação. Então, é fundamental que a população nos ajude neste processo de erradicação, evitando trazer frutas de estados que tem problema com a praga, principalmente frutas cítricas, explica Gustavo Ferreira, chefe da Defesa Agropecuária do Mapa.
O estado de Roraima ficou sob quarentena devido à mosca da carambola em abril de 2023, sendo impedido de exportar frutas hospedeiras da praga. “A defesa [agropecuária] do estado de Roraima vem executando ações de monitoramento e controle, com postos de fiscalizações em divisas estaduais com o Amazonas e dentro de Roraima, para evitar a dispersão para todo o Brasil, mas ainda assim está fechado para exportação de frutas”, explica Guilherme Rodrigues, técnico fiscal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Adeer).
O efeito da praga na produção agrícola
Os ovos são depositados no interior dos frutos verdes ou próximos à maturação, resultando na eclosão das larvas após alguns dias. Estas larvas se alimentam da polpa, criando galerias e provocando o amadurecimento e a queda precoce dos frutos. No solo, as larvas se enterram para entrar na fase de pupa. Posteriormente, o inseto adulto emerge e atinge a maturidade, após cerca de 10 dias, completando um ciclo que varia de 30 a 40 dias, entre a fase de ovo a adulto. O inseto adulto pode viver até 126 dias no ambiente.
Ao longo desta semana, o instituto realizará ações educativas com atividades que incluem reuniões técnicas, palestras em escolas de ensino fundamental, distribuição de materiais educativos e ação em campo com produtores rurais.