Lagarta já apareceu na região e sua expansão preocupa técnicos
A comunidade Santa Maria situada, na BR-307, passou por muitas dificuldades na passagem de 2006 para 2007, quando a praga da lagarta mandarová dizimou as lavouras de macaxeira e praticamente zerou a produção de farinha para dezenas de pequenos produtores. Não apenas lá, muitas comunidades do Vale do Juruá sofreram com o ataque das lagartas nesse período, com perdas enormes em toda parte. Há alguns anos, o IDAF, em parceria com a UFAC, vem monitorando a presença da lagarta e já se sabe que, de quatro em quatro anos, acontece o pico da praga, ou seja, estamos atravessando novamente este período neste fim de 2010.
Nas comunidades onde a praga se fez mais feroz na última eclosão, como a Santa Maria, o IDAF está oferecendo para uso comunitário uma armadilha luminosa que tem duas funções: identificar as revoadas das lagartas (se forem capturadas 50 mariposas em apenas uma noite, o sinal de alerta está dado de que a lagarta vai aparecer) e controle, pois cada mariposa capturada iria botar de 500 a 1.800 ovas, quase todas eclodindo em lagartas.
Neste ano, segundo a engenheira agrônoma do IDAF, Ligiane Amorim, a preocupação aumentou porque a praga começou a se espalhar em lugares onde antes ainda não havia se manifestado como Sena Madureira, Xapuri, Senador Guiomard, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e em localidades distantes de áreas mais desmatadas. Outra preocupação: a mandarová geralmente aparecia quando a estação chuvosa já estava vigorando plenamente mas neste ano mal começaram as chuvas e a lagarta já é encotrada nos roçados. O agricultor e produtor de farinha Lauro Ferreira Lima cultiva três hectares de macaxeira e informou que já encontrou a lagarta este ano.
Alerta e combate
O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) vem fazendo um mutirão de alerta e combate junto às comunidades da região. Os produtores são convidados para reunião onde são apresentadas diversas informações sobre a lagarta, seus ciclos de vida e como combatê-la.
Por outro lado, o IDAF também conta com o baculovírus, um inseticida natural, que não contamina o meio-ambiente e nem quem o manuseia e que adoece e mata as lagartas de até três dias. Para produzir mais inseticida são utilizados os cadáveres das lagartas contaminadas, que morrem coladas aos pés de mandioca.
Todas essas informações foram repassadas aos produtores da Comunidade Santa Maria que também recebeu uma armadilha luminosa. O produtor Francisco Maia assinou o termo de responsabilidade ficando responsável pelo equipamento que logo será instalado em alguma colônia da região, podendo se assim constatar se a mandarová vai mesmo aparecer por lá neste ano. Serão distribuídas 27 armadilhas nas comunidades que mais foram atacadas no passado, no entanto a comunidade ou o produtor que quiser possuir uma, ela pode ser produzida artesanalmente por um preço aproximado de R$ 50,00. Um inconveniente é a bateria, que precisa ser recarregada depois de cada noite de uso, o que é feito no IDAF.