Teve início na manhã desta quinta-feira, 12, no espaço do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Cruzeiro do Sul, o primeiro simulado zoossanitário sobre Febre Aftosa da região Norte, o quarto a ser realizado no país.
A ação, organizada pelo governo do Estado, por meio Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), está dentro do planejamento hemisférico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que abrange os 35 países do continente americano, dos quais 29 países estão livres de febre aftosa sem vacinação.
A preparação deste simulado conta com estrutura própria do Idaf, e para esta ação, o órgão disponibilizou 27 caminhonetes, quatro carros renegade, três vans, um caminhão, cinco barcos chatinha, uma lancha e 14 quadriciclos, a fim de capacitar membros do serviço animal para a organização da cadeia de comando e cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em caso de uma situação real de surgimento de um foco da doença, como: barreiras sanitárias, desinfecção de veículos e instalações, simulação de abate de animais e outras ações nas propriedades rurais.
Para José Francisco Thum, presidente do Idaf, esse evento coloca o Acre em um novo patamar de credibilidade, apresentando um órgão reestruturado, chamamento de concursados, capacitação dos servidores do quadro, possibilitando a estes profissionais agirem de forma mais eficaz em uma possível emergência.
“Agradeço a Deus, o governo do Estado do Acre e o Idaf por estarem promovendo este evento de extrema importância para o setor agropecuário do Acre. As expectativas são grandes, pois, além dos médicos veterinários do Idaf, temos aqui também representantes da maioria dos estados do Brasil, para se aperfeiçoarem e ampliarem seus conhecimentos, fortalecendo a defesa sanitária animal do Acre e do Brasil”, ressaltou.
Durante sete dias, 124 médicos veterinários dos serviços oficiais (órgãos estaduais e ministério da agricultura), quatro médicos veterinários internacionais (dois da Bolívia e dois do Peru) e 12 instrutores do Mapa participarão de atividades teóricas com os procedimentos previstos nos planos de contingência em caso de suspeita da doença escolhida para este exercício. E da parte prática, com execução das ações como se a ameaça fosse real, que terá abrangência em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.
Área livre de febre aftosa sem vacinação
O Acre recebeu o selo de reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação em 27 de maio de 2021, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa).
O trabalho realizado pelo governo do Estado, por meio do Idaf, por entidades privadas ligadas ao setor e principalmente pelos produtores, contribuiu para colocar o Acre entre os cinco estados brasileiros que possuem esse status internacional.
A certificação representa um marco para a pecuária acreana, que hoje está apta a atender os mercados consumidores mundiais mais exigentes quanto às questões sanitárias. As exportações já são uma realidade, estando o Acre habilitado a exportar para diversos países do mundo.
O que disseram:
“Aqui parabenizo o governo do Estado do Acre e o Idaf por esse grande evento em que estão recebendo pessoas do Ministério da Agricultura e dos institutos de defesas agropecuárias do Brasil, promovendo exercícios que coloquem em prática, de forma conjunta, o plano de contingência dos países, facilitando a produtividade saudável do setor bovino no mundo”, Diego Viali, assessor da área de Febre Aftosa do Panaftosa.
“O Mapa estimula esses tipos de simulados para comprovar a qualidade bovina no país. Nesse caso, aqui no nosso estado do Acre, é para mostrar que desde 2021 estamos livre de febre aftosa sem vacinação, desempenhando um papel importante para alavancar e abrir o mercado para exportação, com ações e monitoramento envolvendo o setor agropecuário”, Paulo Trindade, superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária do Acre (Mapa).
“Depois de toda uma caminhada para livrar o Acre da febre aftosa, esse momento que o Idaf está promovendo vem demonstrar para a sociedade e para o setor produtivo que as iniciativas das agências sanitárias avançaram muito, buscando cada vez mais se preparar, mantendo um sistema forte de vigilância sanitária”, Valter Oliveira, diretor técnico da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).
“Primeiro quero agradecer o convite do Idaf, uma entidade similar ao Senasa/Peru. Entendo que aqui vamos adquirir lições importantes e levar para o nosso país, já que estamos livre de febre aftosa desde 2017”, Yoni Roger Leôn Flores, médico veterinário do Senasa em Madre de Dios, no Peru.