Desde o dia 1º deste mês, a vacinação contra a brucelose em bezerros de 3 a 8 meses é obrigatória em todo o Acre. O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) está promovendo em todo o Estado cursos de vacinação contra a brucelose no rebanho bovino, com expectativa de vacinar até o ano que vem cerca de 600 mil bezerros, segundo informação do gerente regional do Idaf, Marcos Pereira.
Em Feijó, a capacitação ocorreu na última sexta-feira, ocasião em que 92 pessoas se habilitaram como agentes de vacinação, tendo em vista o expressivo rebanho no município. Nesta quarta-feira, 23, o curso está acontecendo em uma propriedade rural no Ramal 3 do Projeto de Assentamento Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul. Estão participando do curso donos de fazenda, peões, técnicos em agropecuária do Idaf, Seap e Seaprof, além de alunas concludentes do curso técnico em Agropecuária do Instituto Federal do Acre (Ifac).
Segundo Pereira, o programa de combate à brucelose acontece o ano inteiro, diferentemente da campanha contra a aftosa, que ocorre duas vezes por ano. Basta o criador pegar a autorização com o veterinário e vacinar. O treinamento de agentes de vacinação começou neste fim de outubro e se estende até novembro. Ainda durante esta semana vai ocorrer treinamento, além de Cruzeiro do Sul, em Mâncio Lima. Na próxima terça-feira e quarta-feira, 29 e 30, o treinamento vai acontecer em Rodrigues Alves. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) firmou parceria com o governo do Estado, disponibilizando o material necessário ao treinamento.
Brucelose diminui a produção
Segundo o veterinário Luís Leite, gerente do escritório local do Idaf, a brucelose é considerada a doença da reprodução. Ela afeta negativamente a produção de leite e carne, trazendo assim muitos prejuízos tanto na pecuária de leite quanto de corte. A doença é considerada uma zoonose e pode ser transmitida dos animais para os humanos, acarretando sério problema de saúde pública.
Uma pessoa pode ser contaminada através da vacinação (o vírus da vacina é vivo) de forma acidental, quando o serviço é feito de modo inadequado, ou então na manipulação de restos fecais ou de fetos abortados. Segundo o veterinário, no treinamento se exigem todos os cuidados para evitar a contaminação do agente vacinador e também para garantir que a vacina foi bem aplicada e terá eficácia na imunização do rebanho.
A técnica em agropecuária formada pelo Ifac Maria do Carmo Alves da Silva recentemente terminou estágio no Idaf e foi convidada para o treinamento. Ela conta que nunca tinha tido experiência com vacinação de gado e agora se sente habilitada como agente vacinador. “A partir do momento em que a gente foi para o campo, aprendemos a parte prática”, disse.
Amauri Braga é criador de gado de leite e também industrializa leite, sendo um dos dois únicos fornecedores de leite pasteurizado em Cruzeiro do Sul. Ele também participou do treinamento e considera muito importante para a região o combate à brucelose. “A vacina é uma garantia para o produtor e para toda a região porque um rebanho sem brucelose não traz prejuízos. E é a garantia de um bom produto para o consumidor”, disse.
