O Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), juntamente com a Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Acre, realizou no Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco, uma mostra de parte do material produzido na marcenaria da unidade a partir do reaproveitamento de madeira.
A parceria entre as instituições já dura desde 2015, quando o Ibama decidiu priorizar o fornecimento de madeira apreendida ilegalmente ao Iapen, em cumprimento à sua função social de ressocialização de pessoas privadas de liberdade.
“Por lei, precisamos dar destinação social ao que apreendemos. Quando identificamos a potencialidade do Iapen para absorver parte da madeira que se apreende durante ações de fiscalização, encontramos uma forma de contribuir, de fato, em fazer um bem maior para a sociedade”, informou Sebastião da Silva, superintendente substituto do Ibama.
As doações têm ajudado a qualificar mão de obra dentro da unidade, fortalecendo as ações do Iapen no sentido de viabilizar condições de ressocialização, sobretudo, de reeducandos que se encaixam em perfis de bom comportamento, conforme prevê a Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça.
A madeira beneficiada dá origem a objetos variados, que vão desde pequenos tabuleiros a portas e mesas de maior porte. A produção é destinada a alguns órgãos do poder público e à encomendas por parte da própria comunidade. A qualidade dos produtos poderá ser conferida, inclusive, durante a 2ª Mostra Laboral Nacional, que apresentará os trabalhos desenvolvidos nos sistemas penitenciários de todos os estados do país, de 24 a 26 de julho, em Florianópolis (SC).
“A grande importância desse projeto é o processo de qualificação e ressocialização, uma forma de conscientizá-los daquilo que eles precisarão dar de resposta à sociedade em forma de trabalho quando cumprirem suas devidas penas”, ressaltou o diretor-presidente do Iapen, Aberson Carvalho.
Na FOC há cerca de 80 reeducandos, sendo homens e mulheres inseridos em projetos de ressocialização em atividades de horticultura, granja e marcenaria para o público masculino e confecção de bolsas, oficinas de reciclagem, horticultura, limpeza e roçagem para o feminino. Com o artesanato, que envolve os dois públicos nas celas, esse número se aproxima de mil.