Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Assis Brasil e Sena Madureira enfrentam a fúria dos rios, com a cheia que desabriga centenas de famílias e mobiliza Estado e prefeituras. Na manhã desta sexta-feira, 17, o governador Tião Viana esteve no Vale do Iaco para verificar in loco a situação do município e reafirmar o apoio do governo ao prefeito Nilson Areal na assistência às vítimas.
“Esse é um momento muito delicado e tenho muito receio do que pode vir, porque podemos viver a maior alagação da história do Acre. Em Rio Branco temos uma situação difícil, Assis Brasil e Santa Rosa também. Eu agradeço ao governo da presidente Dilma, que tem nos ajudado, e às pessoas que voluntariamente auxiliam quem está precisando. Eu vim em Sena Madureira dizer que o governo está presente e vamos apoiar as famílias, dando a melhor assistência possível”, disse o governador Tião Viana.
O prefeito Nilson Areal estima que 100 famílias foram atingidas pela cheia do Iaco. O Corpo de Bombeiros está atento à situação e disponível para ajudar na remoção das pessoas. “Em Sena Madureira temos uma situação peculiar porque somos banhados por quatro rios, todos estão alagados, mas aqui as famílias procuram primeiro a casa de parentes, e por enquanto temos apenas quatro famílias no abrigo que montamos. Mas temos que nos preparar para uma dificuldade maior, porque o Rio Purus está dois metros acima do Iaco”, observou.
As 114 casas entregues pelo governo do Estado para famílias dos bairros Praia do Amarílio e Vietnã permitiram que a situação de Sena Madureira não ficasse tão grave. “Essas pessoas já estariam desabrigadas se ainda morassem nesses locais”, disse o prefeito.
Oitocentos trabalhadores do governo e da prefeitura estão no Parque de Exposições em Rio Branco para atender os desabrigados. O governador Tião Viana informou que um avião Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira) está chegando ao Acre com 30 bombeiros e barracas de campana, que abrigam várias famílias. “O Rio Acre está subindo muito depressa e desabrigando uma quantidade de famílias muito grande, de forma rápida, então temos que agir imediatamente e não há tempo para construir abrigos temporários”, disse o governador.
Na manhã desta sexta-feira o Rio Iaco marcava 16,53m (15,20m é a cota de transbordamento). Continua chovendo nas cabeceiras dos rios, o que indica que o volume das águas deve continuar subindo. O juiz Edinei Muniz disponibilizou o prédio do Judiciário para funcionar como abrigo e sugeriu que o Estado alugue um espaço temporário para transferir a Defensoria Pública e utilizar o prédio também como abrigo. “Só gostaria de pedir que não utilizassem as escolas para abrigar os atingidos pela alagação, para não prejudicar o andamento das aulas”, pediu.
O governador Tião Viana também verificou as condições das unidades de saúde para garantir que não faltem nem medicamentos nem material necessários para o atendimento das vítimas da alagação.
O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Elson Santiago, acompanhou a agenda do governador e disse que o legislativo está solidário ao momento que o Acre enfrenta. Um posto de arrecadação de doações foi montado e já foram disponibilizados seis caminhões para ajudar na remoção das famílias.
Geraldo Pereira, deputado do Partido dos Trabalhadores, sugeriu que haja pontos de arrecadação na Avenida Amadeo Barbosa para que os foliões não esqueçam a solidariedade e possam levar suas contribuições nos dias de carnaval.