Heróis da vida real

Usando um traje nas cores azul e vermelha, possuindo uma super força e com uma visão de raios X e calor, o nosso amigo Superman voa sobre a terra. Mas esses não são seus únicos poderes. O herói ainda conta com a super velocidade, super audição, super sopro e invulnerabilidade. Todas essas habilidades o ajudam a salvar as vidas de várias pessoas e a combater vilões que tentam implantar o caos na terra. Além disso, Clarck Kent ainda trabalha como jornalista no jornal Planeta Diário.

O Homem de Aço foi um dos primeiros exemplos de representação do termo herói. E segue até hoje como um dos mais queridos pelo público. O personagem fez parte da infância de muitas crianças e é por isso que muitos, mesmo adultos, o seguem com afinco, seja no cinema ou em quadrinhos. Mas a vida adulta traz com ela uma nova significação para a palavra herói, com uma dose maior de sentimento, conexão e emoção.

Usando um traje nas cores azul e vermelha… Calma! Eu não estou repetindo o primeiro parágrafo, mas os heróis sobre quem irei falar a partir de agora também usam trajes com essas cores. E assim como o Superman possuem poderes incríveis e os usam para salvar vidas. Os profissionais do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são personagens da vida real e que salvam pessoas reais. Uma responsabilidade enorme, a qual só poderia ser desempenhada por alguém com muito amor pelo que faz.

Há na Bíblia um versículo que se aplica bem ao código de conduta desses profissionais: “Todas as vossas coisas sejam feitas com amor”. E é dessa forma que o Samu vai atuando no Estado do Acre, com uma equipe formada por enfermeiros, técnicos de enfermagem, bombeiros, médicos, técnicos auxiliares de regulação médica, rádios operadores, motoristas e outros que, direta ou indiretamente, ajudam e atuam 24h por dia para atender aos chamados da população acreana.

Em todo o Estado do Acre foram feitas em média 2 mil transferências no ano de 2019. De forma que são recebidas de 200 a 250 ligações durante o dia por meio do número de emergência 192, as quais passam por triagem e, quando comprovada a necessidade das ambulâncias, há o deslocamento da equipe até o destino da ocorrência. Assim, é importante ressaltar que a quantidade de atendimentos pode variar, mas a média geralmente é de 50 por dia. Uma jornada que exige muita disposição.

Além de amor e disposição, os heróis da vida real precisam se entregar de corpo e alma. É como me disse o coordenador da unidade, Pedro Pascoal: “Aqui nós não aceitamos menos do que o máximo de cada profissional”. E a ideia que eu tenho é que para fazer parte dessa equipe você não pode só estar de plantão, você tem que vivê-lo. De forma que 10, 20 ou 30 segundos podem ser cruciais para se salvar a vida de alguém. Então tudo deve ser feito da maneira correta, desde o atendimento do telefone, até a escolha da rota para se chegar ao local onde o paciente se encontra.

E apesar de enfrentarem problemas com as ligações por causa dos trotes continuam a dar o melhor de si. Eles não podem voar como o Superman, mas quando precisam chegar aos seus destinos de forma mais rápida, usam as motolâncias, motos especialmente equipadas para atendimentos médicos de urgência. E apesar de não terem a quantidade de equipamentos de uma ambulância por causa do seu tamanho, elas são muito importantes para o primeiro atendimento aos pacientes. Todavia, são utilizadas, na maioria das vezes, para casos mais simples.

Para os mais graves eles contam com as ambulâncias 01 e 02, adaptadas com uma série de equipamentos médicos. São UTIs móveis. Além delas, há as de suporte básico, sendo que duas ficam na base, uma na UPA do Sobral e mais uma na UPA do Segundo Distrito. Ainda podendo contar com o apoio das unidades que ficam em Senador Guiomard e Bujari. O Samu tem nesse perímetro oito ambulâncias entre suporte básico e avançado e, quando necessário, pode solicitar o apoio do helicóptero Harpia 01, para chegar a lugares de difícil acesso e com a rapidez necessária.

O nosso amigo de Krypton não recebe um salário pelos serviços prestados às pessoas da terra, mas ganha algo ainda mais valioso: admiração, respeito e vários “muito obrigado”. Eu acredito que o “bico” dele como jornalista deve ajudá-lo a pagar as continhas. Os nossos heróis do Samu recebem certa quantia em dinheiro e, assim como o Super-homem, recebem a admiração e os vários agradecimentos de muitas pessoas que, diariamente, têm as vidas delas salvas por eles. Eu não sei o que move o espirito dos heróis, mas tenho certeza que as razões deles vão além dos bens materiais. Talvez eles sejam movidos pelas retomadas das batidas dos corações das pessoas que salvam ou pela ação seguinte dos pacientes, que com um sorriso no rosto, dizem: muito obrigado.