Conforme dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de dez milhões de pessoas adoeceram por tuberculose (TB) no mundo inteiro em 2020. O Brasil está entre os cinco países que concentram 46% dos casos. No Acre, o coeficiente de incidência para a doença está acima da média nacional, o que representa, aproximadamente, 60 casos por cem mil habitantes.
Com o objetivo de atualizar e ampliar o conhecimento dos profissionais que atuam no diagnóstico, tratamento e controle da infecção, e com isso diminuir a incidência da doença no estado, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre) realiza nesta quarta e quinta-feira, 27 e 28, a Oficina de Monitoramento e Avaliação de Tuberculose, em Rio Branco.
“A Secretaria de Saúde está atenta às ações que levam à promoção, prevenção e proteção à saúde para todas as doenças. A tuberculose é uma doença antiga e a maioria das pessoas têm o mínimo de informações sobre ela, que também é, muitas vezes, banalizada. Então, temos essa preocupação e estamos fazendo ações para fortalecer o tratamento”, declarou o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde da Sesacre, Edvan Meneses.
O evento, que é realizado em parceria com o MS e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), tem por finalidade também a melhoria do cuidado integral às pessoas com tuberculose na atenção primária, a organização dos serviços de atendimento laboratorial e a difusão do conhecimento, para estimular a prevenção contra a infecção.
De acordo com o consultor nacional em tuberculose e hanseníase da Opas, Kleydson Andrade, a incidência de casos é multifatorial, mas pode ser relacionada a índices de vulnerabilidade social e ao aglomerado populacional, por exemplo. “O Brasil é um país de alta carga para a tuberculose, pela categorização da Organização Mundial da Saúde e, nos últimos anos, por reflexo da pandemia, essa incidência aumentou ainda mais”, explicou.
“Precisamos discutir a prevenção, para que encontremos as pessoas com a infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis ainda na fase latente, ou seja, que não se encontra na fase ativa da doença. O SUS oferece todo o tratamento preventivo, de seis meses, que é mais curto, prático e de melhor adesão”, informou o consultor técnico do MS, Artemir Coelho.
Segundo o coordenador da área técnica do Programa de Controle da Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa), Francisco Costa, a capital do Acre atende cerca de 75% dos casos registrados no estado. “É de grande importância esses eventos, pois junta-se em um só ambiente, para ter a mesma orientação, os principais atores para o controle e erradicação da tuberculose no Acre”, observou.