Promover saúde não é fácil, ainda mais de forma itinerante e por meio de mutirões, em que move-se uma estrutura que comumente é fixa. Os profissionais se desdobram, organizam e carregam caixas contendo todo o material necessário para conseguir realizar os devidos procedimentos.
É assim que funciona a logística de um mutirão de atendimentos em Saúde, tal qual ocorreu nos últimos três dias em Feijó, município distante cerca de 400 km de Rio Branco, via terrestre.
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), moveu sua equipe equipe médica até o município para atender, nos dias 17, 18 e 19, à demanda de cirurgias de hérnia e vesícula, ultrassonografia e endoscopia, além dos atendimentos de ambulatório e pré-operatório.
Além da equipe médica de Rio Branco, a ação contou com o apoio de dois médicos de Cruzeiro do Sul, que não mediram esforços para contribuir com a saúde dos munícipes. No total, foram realizadas 27 cirurgias, 30 ultrassonografias e 15 endoscopias e 49 consultas.
“Quero aqui, de forma especial, agradecer ao governador Gladson Cameli e à Dra. Paula Mariano, pelo apoio e dedicação em realizar mais um mutirão de cirurgias eletivas no Hospital Geral de Feijó. Nossa gratidão a toda a equipe do Dr. Suzuki, que são profissionais de excelência”, destacou a gerente-geral da unidade, Maria Izerlândia Souza Melo.
Retomar o projeto mutirão tem como principal finalidade evitar o deslocamento desses pacientes até a capital, resolvendo os problemas deles no município de origem, explica a diretora do Complexo Regulador da Sesacre, Nadine Lopes.
“Pela primeira vez podemos realizar, além das consultas ambulatoriais e cirurgias, o mutirão de exames de média complexidade, levando ao município profissionais capacitados para atender a demanda reprimida de ultrassom e endoscopias”, destacou a diretora.
Não tem preço
O médico Juscelino Santos é cirurgião, natural de Feijó. Segundo ele, retornar à cidade para contribuir é uma realização profissional.
“É a minha maior realização profissional. Lembro-me que aos 5 anos de idade dormi em um repouso, aqui próximo ao centro cirúrgico, acompanhando minha mãe que, na época, fazia plantão noturno de faxineira. Ela, que sempre foi meu orgulho e minha inspiração, trabalhou incansavelmente até melhorar de vida e dar condições para eu e minha irmã nos formarmos”, contou o médico.
Juscelino fala de maneira especial sobre a experiência: “Voltar para onde eu verdadeiramente nunca saí, aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida de pessoas que me viram crescer, professores, colegas de escola, amigos de infância e muitas outras pessoas as quais não conheço, mas que faziam questão de falar do carinho e confiança no nosso trabalho, não tem preço”.
O paciente, Marcos Lima, havia acabado de terminar de fazer o exame de endoscopia: “são apenas minutos que garantem a nossa saúde”, destacou.