Realidade para ao menos sete escolas de Rio Branco e duas no interior, o ensino integral gera ansiedade nos estudantes que passarão a estudar nessa nova modalidade de ensino, implantada em 2017 no Acre. Por isso, o governo do Acre, através da secretaria de Educação e Esporte (SEE), realiza a fase de acolhimento dos estudantes nesta semana.
Durante esse período de adaptação, os alunos podem podem conhecer a nova metodologia de ensino e compreender as mudanças a partir do novo modelo.
E foi numa roda de conversa extrovertida na escola José Ribamar Batista (Ejorb) que a jovem Jaqueline Coelho, de 14 anos, do 1º ano, teve o primeiro contato com a escola integral.
“Foi muito bom passar por esse momento de acolhimento aqui na escola porque assim eu pude entender, já nos primeiros dias, como vão funcionar nossas aulas. Vi que é totalmente diferente do que eu imaginava. Vamos participar de vários projetos, atividades. Pelo visto é muito mais legal do que estudar em um só período”, comemorou.
Todas as escolas que funcionam em período estendido, tanto em Rio Branco, como no interior do estado, estão com um representante de Pernambuco – primeiro estado a oferecer ensino médio em tempo integral na rede pública – como forma de tutoria nas instituições, orientando essa etapa de acolhimento.
Kelven Souza ministra aulas de educação física e é um dos professores que veio a Rio Branco incentivar os alunos. “Iniciamos a etapa de acolhimento com os primeiros anos, que são os novatos, em seguida com os veteranos do segundo e terceiro ano. Ao todo somos 10 professores de Pernambuco fazendo parte desse processo, que é uma quebra de paradigmas. Querendo ou não, o novo assusta e estamos aqui para transformar esse medo em curiosidade”, revela.
O educador afirma que é preciso estar aberto a se propor ao novo e se desprender do estereótipo de que a escola é metódica e sem atrativos. “O ensino integral vem com uma nova proposta, que faz o estudante olhar a educação com outros olhos, tornando-o parte da instituição, agregando não só o conhecimento acadêmico, mas o conhecimento para a vida”, acrescenta.
Para o secretário da SEE, Marco Brandão, “a implantação é um marco histórico na educação acreana, pois não se trata apenas de ampliar o tempo de permanência dos estudantes na escola, mas de repensar as práticas pedagógicas com o intuito de redimensionar o tempo e os espaços escolares”.0
O objetivo do método, segundo Kelven Souza, que também é ex-aluno do ensino integral, não é só formar excelentes profissionais, mas excelentes pessoas. “Tem que haver o conhecimento acadêmico, mas também o conhecimento de vida para os jovens tenham maiores oportunidades e experiências. Hoje estou formado , estou feliz, e mostro o quanto a escola integral me ensinou a ter a opção de fazer boas escolhas na vida”, conclui.
A fase de acolhimento aos alunos termina nesta quinta-feira, 22.