Curso propõe melhoria da qualidade do atendimento para diminuir a transmissão de doenças de mãe para filho
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) promove uma capacitação nos dias 25 e 26 destinada a médicos que prestam atendimento a gestante durante o pré-natal, parto e puerpério (pós-parto) de todo o Estado. O tema é Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis, Hepatites Virais. Durante a capacitação, será discutido também o Manejo Clínico da Gestante e Criança exposta às infecções. O evento acontece no auditório da Sesacre, às 8 horas.
A capacitação será ministrada pela pediatra do Serviço de Atenção Especializada (SAE), Dalila Pontes, e pelo obstetra da Maternidade Bárbara Heliodora Marcos Clay Afonso. O debate será sobre o protocolo de atendimento, manejo clínico da gestante e criança exposta, bem como as medidas preventivas para evitar a infecção da mãe para o bebê.Os médicos serão orientados a incentivar cada vez mais as mães para que elas façam o teste rápido para HIV, sífilis e hepatite, para que possam procurar tratamento o mais rápido possível caso haja confirmação de alguma dessas doenças, e assim evitar a transmissão para o bebê.
Segundo a gerente da Divisão de Agravos Transmissíveis, Francimary Muniz, o curso tem como objetivo propor a melhoria da qualidade na atenção à saúde da mulher e do seu filho, durante a gestação e puerpério.
“No Estado do Acre, foram notificadas 570 casos de Aids (pessoas que se infectaram com o vírus HIV e desenvolveram a síndrome de imunodeficiência), sendo que 41% são mulheres, das quais 55% estão em idade fértil e pertencem à faixa etária de 15 a 34 anos. E, como consequência, há o risco de transmissão do vírus da gestante infectada para seu bebê.
“A capacitação tem grande importância para garantir o cumprimento das metas pactuadas, ou seja, redução de sífilis congênita e dos indicadores de casos de Aids em crianças menores de cinco anos”, esclarece Francimary.
A sífilis congênita também será tema abordado na capacitação por ter grande importância, haja vista a possibilidade de transmissão em qualquer fase da gestação, provocando aborto espontâneo, morte fetal e prematuridade do recém-nascido. O diagnóstico precoce e o tratamento da gestante e de seu parceiro são eficazes na prevenção da doença.
Gestantes portadoras de hepatite B apresentam risco de transmitirem a doença para seu bebê. A transmissão se dá pela exposição ao material infectado (sangue, secreções e líquido amniótico) durante ou após o parto. O vírus da hepatite B (HBV) não representa risco de má formação congênita e aborto. O uso de imunoglobulina e a vacinação, logo nas primeiras 12 horas de vida do bebê, podem oferecer 90% de proteção a ele.