Mais que uma terapia ocupacional, o governo do Acre tem utilizado a agricultura como forma de ressocialização de pessoas reclusas no Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde (FOC), situada em Rio Branco.
Além de prevenir e combater a criminalidade em todo o estado, o governo tem investido na reintegração dos apenados e na inclusão no mercado de trabalho, por meio da oferta de oficinas profissionalizantes.
Uma parceria entre o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) e a Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) viabilizou a realização do curso de Olericultura – área da horticultura que abrange a exploração de hortaliças, englobando culturas folhosas, raízes, bulbos, tubérculos, frutos diversos e partes comestíveis de plantas – na ala masculina do presídio.
Além de agregar conhecimentos profissionais, a capacitação desperta a consciência ambiental dos cidadãos que se encontram sob tutela do Estado. Ao todo, 11 reeducandos participaram da oficina e foram diplomados pelas instituições parceiras.
“A proposta do curso dentro da penitenciária partiu do próprio governador Tião Viana, que compreende a necessidade de reintegrar esses cidadãos. Sem falar que a agricultura familiar é responsável pela geração de milhares de empregos no Acre, pois o mercado é amplo e promissor”, salientou João Thaumaturgo Neto, secretário da Seaprof.
O mesmo curso será ofertado na ala feminina da FOC. A parceria entre o Iapen e a Seaprof também prevê o cultivo de mudas de açaí, dentro do viveiro já existente na penitenciária.
Mariana Carvalho, secretária adjunta de Produção, ressalta que “ao ofertar conhecimento, o Estado possibilita a autonomia econômica dos apenados, garantindo também a segurança alimentar”.
Oportunidades
A promoção de cursos de qualificação dentro das penitenciárias é uma política pública de Estado.
Além do trabalho com a agricultura, englobando a produção e comercialização de hortaliças e mudas de plantas frutíferas e ornamentais, há atividade de marcenaria em curso no presídio.
Para cada três dias trabalhados, o reeducando é contemplado com um dia a menos de reclusão.