A comerciante Rita Maria Pessoa, moradora do bairro Santa Inês, possui um ponto de venda de churrasquinho e também atua como artesã. Ela e outras colegas da Associação de Mulheres do Segundo Distrito participaram de um curso de reciclagem, que ensina como utilizar caixas de leite e de sapato na produção de bolsas, carteiras, porta-moedas e peças para guardar mantimentos e acessórios. O encerramento foi na última quarta-feira, 2, no Centro Cultural Neném Sombra, com exposição e venda dos 80 produtos criados durante as três semanas do evento.
“Encontrei uma forma de me capacitar e quero fazer mais outros cursos”, comenta Rita, que utiliza o pequeno negócio que já tem como forma de atrair os olhares do público para o artesanato. Os novos produtos, inclusive, já foram aprovados pela clientela e as encomendas que ela recebeu devem durar até o fim do ano. Segundo a artista visual Silvânia Mota, que ministrou as aulas, a atividade também serve como terapia ocupacional e eleva a autoestima. “A ideia é multiplicar o conhecimento. Cada mulher tem um dom e a sua criatividade, basta incentivar”, afirma.
O custo total do material utilizado pela turma, que inclui tecidos de algodão e papel de seda, foi de R$ 120, sendo que as peças serão vendidas, inicialmente, de R$ 5 a R$ 30. A ideia de promover uma oficina para ajudar na geração de renda da comunidade partiu da professora Guajarina Margarido, moradora antiga da Seis de Agosto, que procurou o governo do Estado e, de imediato, foi atendida pela Fundação Elias Mansour (FEM), por meio dos programas Cultura e Comunidade e Economia Criativa. “O que a gente sente neste momento é satisfação”, disse.
A diretora-presidente da FEM, Francis Mary Alves de Lima, lembra que essa ação também conta com a parceria da Diretoria de Gestão da Humanização Pública, que, entre outras atribuições, identifica os talentos das instituições do governo que podem interagir com as comunidades, a fim de transmitir saberes em diversas áreas: do social à economia. Na ocasião, ela anunciou a construção da Rede Criativa do Acre, que está em fase de articulação institucional. “A rede vai trabalhar e discutir a implementação da política de economia criativa no Acre”, revela.
“No fim do ano, vamos realizar uma feira de economia criativa com esses e outros produtos que são feitos por vocês, pela comunidade, mostrando que é possível trabalhar arte e cultura na ampliação da economia acreana”, finalizou.
Para concretizar a oficina, a FEM ainda teve o apoio da Secretaria de Pequenos Negócios (Sepn) e da prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Articulação Comunitária e Social (Semacs), Secretaria Adjunta de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seadpir) e Fundação de Cultura Garibaldi Brasil (FGB).