A valorização da colaboração dos povos originários na formação da identidade acreana ganhou mais um capítulo na manhã desta sexta-feira, 9, em Cruzeiro do Sul, com a realização do encontro “Diálogo pela vida: garantindo direitos e segurança alimentar dos povos originários”. O governo do Estado participou do evento, por meio das Secretarias de Saúde do Acre (Sesacre) e de Educação e Cultura (SEE).
Promovido pela Comissão da Amazônia e Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados, o debate tem como temas a saúde, a educação e a segurança alimentar dos povos originários do estado. Um momento oportuno para reforçar políticas públicas e garantir direitos para essa população.
“É uma discussão que acontece no Dia Internacional dos Povos Indígenas, numa das regiões de maior concentração dessa população no Acre. É necessário assegurar direitos e dignidade, que são fundamentais para a manutenção e equilíbrio ambiental e para a preservação da cultura do Brasil, que é marcada por traços da cultura indígena”, ratifica a deputada federal Socorro Neri, responsável pela execução da mesa de debates.
Também participaram do evento o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) no Vale do Juruá, Isaac Piyãko; representantes do Ministério Público Federal e do Estado e da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
O titular da SEE, Aberson Carvalho, reforçou o compromisso do Executivo estadual em seguir investindo para avançar com a oferta de um ensino de qualidade aos povos originários. “O Acre volta suas atenções para essa perspectiva. Prova disso é que entregamos mais de 18 escolas e estamos construindo um quantitativo superior a 20. Além da educação indígena, temos a do campo, que recebe grandes investimentos, como é o caso das cinco unidades da comunidade do Rio Liberdade, em Cruzeiro do Sul, que estão sendo entregues aos estudantes indígenas. O governo do Acre entende a importância de dar condições para que o professor execute o seu planejamento de forma digna e que o estudante usufrua de um ensino de qualidade. Sabemos que o desafio é grande, mas já estamos buscando alternativas para que o aluno, que na maioria das vezes não tem energia elétrica e água tratada em casa, possa ser visto com respeito e seja incluso nas políticas que lhe garantam uma escola de qualidade”, relata o gestor.
Isaac Piyãko descreve a importância da iniciativa: “A retomada das discussões entre as instituições é essencial para que haja um planejamento com foco nos atendimentos às comunidades e populações no entorno dos territórios indígenas”.
A participação da Coordenação Regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira é fundamental para a garantia de fluxos de serviços que promovam qualidade de vida aos indígenas. “Vamos sentar e dialogar para definir os fluxos e apoiar as ações de saúde. Atualmente, a Sesacre repassa aos municípios recursos para manutenção dos serviços da Atenção Primária em Saúde, fiscalizando e monitorando suas aplicações”, informa Rafael Gomes, assessor técnico da Sesacre no Juruá.
Fortalecimento de parcerias
Powa Nokekoi, líder do povo Nokekoi da Terra Indígena Katukina, em Cruzeiro do Sul, participou da mesa de discussão. Para ele, o encontro representa um fortalecimento de parcerias que buscam preservar a vida e a cultura dos povos originários da região.
“A gente está aqui para somar esforços, pois sabemos que as políticas beneficiarão os povos indígenas e as terras onde habitam”, ressaltou.