Reunido com representantes de várias comunidades rurais, em Cruzeiro do Sul, o governador Tião Viana lançou na quinta-feira, 29, o programa de mecanização e fertilização com calcário pela Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) no Vale do Juruá. Serão mais mil famílias beneficiadas em toda a região com destocamento, plantio direto de mandioca e fertilização do solo.
É um conjunto de iniciativas que diminui o trabalho de quatro dias em uma hora, fertiliza o solo por até oito anos e ainda ameniza o impacto ambiental, pois beneficia as áreas já abertas. Como diz o produtor José Aldeci da Silva, “a terra está cansada, e assim poderemos ajudá-la, para plantarmos mais”.
O investimento é de cerca de R$ 50 milhões em máquinas e duas mil toneladas de calcário, que se transformam em benefício para o agricultor familiar. “É a continuação de um programa de estado que busca fortalecer a renda do agricultor familiar. Alguns desses produtores já têm uma renda mensal de pelo menos R$ 1.700 no uso da macaxeira”, afirma o governador Tião Viana, depois de ouvir alguns produtores da comunidade Paraná do Pentecostes.
“Eu lembro quando ninguém acreditava que era possível inverter a economia rural. Hoje vemos a esperança nesses produtores.”
Tião Viana, governador
Entre 2011 e 2013 foram mecanizados 1.246 hectares, e para 2014 a previsão é de 900 hectares. “É renda que vai para o produtor, isso muda uma família”, diz o governador, ao ver as máquinas que destocam, aradam, plantam novas mandiocas e espalham o calcário. “Isso é o futuro, plantio que não desmata e usa apenas a área já aberta.”
O líder sindical João Silva Nascimento, há 15 anos na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais, mostra alguns resultados que agradam quem está no campo, em terrenos que não se pode mais desmatar: “O percentual de ganho com calcário varia entre 30% e 50% de ganho de produção, mas só em não precisar usar o facão e o fogo já está de bom tamanho”.
Ao ouvir o relato de José Aldeci, que com três hectares de terra conseguiu produzir 300 sacas de farinha, Tião Viana relembra quando desacreditavam que o produtor rural pudesse ter sua renda ampliada. “Hoje vemos a esperança nesses produtores. Qual o sonho de um pai e de uma mãe da família? Poder levar seus filhos à porta de uma universidade”, declara o governador. Aldeci logo afirma: “Eu e minha esposa criamos nossos dez filhos com o dinheiro da farinha. Hoje uns me ajudam no roçado e outros já estão na universidade”.