O governo do Acre lançou na manhã desta segunda-feira, 16, o edital para alfabetizadores indígenas do Programa Quero Ler. O evento realizado na Casa Civil representa um marco na educação do Estado, pois visa contratar profissionais indígenas para educar estudantes em suas próprias comunidades.
Durante a solenidade Tião Viana disse que o edital é uma forma de garantir a alfabetização dos povos indígenas e honrar com o compromisso histórico de valorizar a cultura e os saberes dos povos tradicionais da Amazônia.
“Dizem que a maior dívida do Brasil é a moral com os povos indígenas. E aqui no Acre nós estamos ajudando a romper essa escuridão e essa dívida histórica com as nossas comunidades ao valorizar a educação escolar desses povos”, ressalta o governador.
Josias Kaxinawa disse que ao abrir um processo seletivo somente para professores indígenas, o governo está dando um grande passo a nível nacional. “O Acre é pioneiro nas lutas das causas indígenas e esse edital é uma prova de que o Estado é sensível ás nossas necessidades, e por isso se destaca no cenário nacional quando o assunto é valorização das populações tradicionais ”, destaca.
O edital
O edital contempla 34 terras indígenas em 12 municípios acreanos. Com isso, o Programa de Alfabetização vai abrir 212 turmas para beneficiar diretamente 2.120 alunos.
Marco Brandão, secretário estadual de Educação e Esporte (SEE), lembrou que o Quero Ler está levando a alfabetização para todas as regiões acreanas. “Este é um ato histórico para o Acre, porque é um edital exclusivo para professores indígenas que irão alfabetizar os adultos de suas aldeias respeitando as particularidades de cada povo”, destaca.
As inscrições para alfabetizadores poderão ser feitas nos núcleos da Secretaria de Educação nos municípios de abrangência do certame. Começam no dia 20 de outubro e vão até 20 de novembro. O edital e as informações completas encontram-se na página da SEE. http://see.ac.gov.br/portal/
Quero Ler
O Quero Ler visa erradicar o analfabetismo na região até 2018. Até o momento, mais de 22 mil jovens e adultos foram alfabetizados em diferentes localidades. Outros 15 mil estão matriculados, no momento.
“Estamos vendo na prática uma ação concreta rumo à melhoria do ensino nas nossas aldeias, pois será uma oportunidade de docentes indígenas lecionarem para estudantes indígenas”, explica Zezinho Kaxinawa, assessor de assuntos indígenas do Acre.