Garantir um padrão de segurança, tanto para agentes quanto reeducandos, é o objetivo do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), que ainda este ano deverá contar com um Grupo de Escolta Especial. A equipe está sendo treinada há uma semana no Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança Pública (Cieps).
A especialização é dividida entre aulas teóricas e práticas com a participação inicial de quase 50 agentes penitenciários. Mais três turmas ainda serão treinadas até o segundo semestre para, posteriormente, haver nova seleção e identificar os aptos à composição do grupo.
Posicionamento do combatente operacional dentro de viaturas, condução correta de internos, tipos de procedimentos de escolta, abordagem de suspeitos no perímetro do sistema prisional e técnicas de direção e armamento, entre outras, são parte das aulas práticas da especialização.
De acordo com o coordenador do curso, o agente José de Jesus Viana, essa é uma grande conquista para o Sistema Penitenciário. “Estamos gratos à direção por esse ganho pra todos nós, que foi a inserção dessa especialização no nosso calendário anual. Hoje podemos dizer que temos, sim, o que há de melhor em termo de qualificação técnica do Brasil a nível prisional”, frisa.
O diretor-presidente do Iapen, Aberson Carvalho, frisa a necessidade de se investir no sistema: “Sabemos que o trabalho de um agente não é fácil e todos eles desempenham suas funções com muito afinco diariamente. Daí a necessidade de investir na melhor qualificação. Nosso esforço em garantir a criação desse grupo é no sentido de termos condições de apresentarmos um dos melhores quadros do sistema penitenciário do Brasil”.
Troca de experiências
Outros instrutores de estados referenciados na doutrina de escolta também foram convidados. Há dez anos o estado de Goiás possui um grupo específico para a doutrina de escolta. O Acre buscou o intercâmbio para que as experiências pudessem ser replicadas, o que resultou na vinda de dois instrutores para darem sua contribuição à formação do grupo.
“Viemos com essa missão de difundir nosso conhecimento nessa área de escolta, não só de custodiados mas também de autoridades que se encontram no complexo penitenciário. Além disso, também tratamos das intervenções no recinto carcerário em situações de crise. Espero que essa troca de experiência possa ajudar na criação de uma doutrina também a ser adotada pelo Acre”, enfatiza o agente de segurança prisional do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais de Goiás, Tertuliano de Morais Júnior.
O agente Francisco Evangelista é um dos que participam da especialização e se diz satisfeito com a troca de experiências: “Esse era um curso muito aguardado por nós pelas questões de segurança envolvidas no nosso trabalho, como a defesa pessoal. Assim, também teremos mais condições de oferecer mais segurança ao reeducando, seja num deslocamento dentro da cidade ou interestadual.”