Pesquisa do Ministério da Saúde (MS) divulgada esta semana demonstra que 23,8% da população de Rio Branco na faixa etária de 25 a 44 apresenta obesidade. De acordo com a pesquisa Vigitel, que é feita por telefone, Rio Branco tem a maior incidência de excesso de peso (60,6%) em relação ao resto do país.
Ainda segundo a pesquisa, o crescimento da obesidade é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que pioram a condição de vida do brasileiro e podem até matar. Na capital do Acre, 23,3% disseram ter diagnóstico médico de hipertensão, e 5,8% de diabetes.
Visando diminuir esses índices e proporcionar qualidade de vida para a população, o governo do Estado investe em ações de combate ao sobrepeso e à obesidade, como o Programa de Obesidade e Qualidade de Vida do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco.
O programa, que funciona em parceria com a Central de Articulação das Entidades de Saúde do Acre (Cades) e a Associação dos Portadores de Obesidade do Acre (Apoac), oferece acompanhamento com especialistas em psicologia, nutrição, cardiologia, psiquiatria, endocrinologia, dermatologia e nutrologia.
Para ingressar no programa, pode-se procurar diretamente o setor de obesidade no HC ou ser encaminhado por um médico da unidade básica de saúde. São realizados encontros semanais que trazem reflexões temáticas para auxiliar o processo de reeducação alimentar e informar e preparar sobre a cirurgia bariátrica, quando necessária.
Também são oferecidas atividades físicas, realizadas no Círculo Militar dos Oficiais do Exército, onde funciona a sede da Apoac. “Para ingressar no programa de controle da obesidade e sobrepeso, a pessoa passa por avaliação aqui na sede. Quando identificado sobrepeso, solicitamos uma avaliação médica para que ela possa ingressar na atividade física e também, quando necessário, já encaminhamos para o programa do HC, para que ela possa participar das reuniões e ter todo o acompanhamento”, explicou o presidente da associação, Edivanilson Carvalho.
Há cerca de três meses no programa, a enfermeira Eliana Karen da Silva já sente a diferença. Ela perdeu 13 quilos e saiu do grau II de obesidade. “A obesidade é um problema de família. Eu já estava com dores nas articulações do joelho por conta do excesso de peso. Depois que eu comecei aqui e vi pessoas com peso maior que o meu se empenhando e conseguindo, resolvi me esforçar e já vejo os resultados”, disse.