Governo instala Conselho no Complexo Florestal do Rio Gregório


O Governo do Estado instalou neste fim de semana o Conselho Florestal do Complexo Florestal do Rio Gregório, situado ao longo da BR-364 entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul (Foto: Onofre Brito)

Governo do Estado instalou neste fim de semana o Conselho Florestal do Complexo Florestal do Rio Gregório, situado ao longo da BR-364, entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul (Foto: Onofre Brito)

O governo do Estado instalou neste fim de semana o Conselho Florestal do Complexo Florestal do Rio Gregório, situado ao longo da BR-364, entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul. O complexo florestal é composto por três florestas públicas estaduais – a do Rio Liberdade, a do Mogno e a do Rio Gregório -, que juntas somam 480 mil hectares e abrigam 422 famílias,

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organizadas em seis associações comunitárias.

Segundo o secretário Edvaldo Magalhães, da Secretaria da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), o Conselho da Floresta é a instância que vai pactuar conflitos e discutir como serão feitos os investimentos, visando minimizar os problemas na área de educação, saúde, produção, da relação entre eles e da cultura, entre outros. O conselho foi criado por decreto em 2008, mas ainda não havia sido instalado. “Esse foi o primeiro problema que descobrimos assim que assumimos esta área florestal”, disse.

Investimentos

Há um mês, a Sedens reuniu-se durante todo um dia para ouvir os comunitários das três florestas públicas sobre suas demandas. A secretaria pediu 30 dias de prazo para vir com um pacote de boas notícias mostrando o que está previsto por parte de diversos órgãos do governo estadual e federal em resposta às demandas.

Entre elas, está o trabalho de reestruturação das duas Unidades de Gestão Administrativa Integrada (UGAI) e a cessão de dois caminhões em apoio ao transporte da produção. Um dos caminhões faz três viagens por semana para Cruzeiro do Sul e o outro, três semanais para Tarauacá. Também foram destinadas duas caminhonetes novas de apoio à organização comunitária e aos comunitários.

Serão ampliados os atendimentos na área social. A Sedens está estruturando e montando equipes nas florestas, pois foram identificados sérios problemas na área de lazer. “Em cada comunidade vamos fazer um espaço para futebol, um endereço para os jovens se encontrarem. Também teremos computação, teatro, e contratamos em cada UGAI dessas um agente jovem, ele vai ser esse animador dos encontros”, explicou Magalhães.

Na área de produção familiar, aos cuidados da Seaprof, também serão feitos investimentos. Será retomada a produção de mudas de frutas e espécies nobres da floresta. Os programas da Seaprof também serão ampliados com investimentos na agricultura familiar, criação de pequenos animais e piscicultura. Somente na área de produção familiar os investimentos são superiores a R$ 1,2 milhão.

Floresta de produção

As florestas do complexo florestal, não são unidades de conservação, são unidades públicas de produção. A floresta precisa gerar riquezas, segundo Magalhães, seja com madeiras ou produtos não-madeireiros, como essências e óleos. “Hoje, para o comunitário tirar tábuas para construir uma casa, ele pode, mas se for vender para um amigo não pode, porque não está legalizado” explanou Magalhães.

Em resposta, a Sedens vai montar 400 planos de manejo comunitário para moradores – 200 ainda neste ano e 200 no próximo -, ou seja, quase todas as famílias serão alcançadas por esse programa. Cada família tem uma concessão de 100 hectares, dos quais pode explorar 20%, mas, com os planos de manejo, os 80% restantes vão gerar renda.

Também vai haver uma exploração industrial na área. Há duas fábricas no ramo de madeira sendo construídas em Cruzeiro do Sul e Tarauacá, destinadas a agregar valor ao produto florestal, e a principal base de suprimento dessas fábricas é o Complexo Florestal do Rio Gregório. A Sedens vai investir num inventário completo da área florestal para poder fazer a concessão florestal, o que, para o secretário, não destrói a floresta e representa uma significativa riqueza para o Estado.

O presidente da Associação Agroextrativista Fortaleza Acreana, Edmilson Mesquita, disse que o sentimento em sua comunidade é de muita satisfação com os investimentos que estão chegando. Eleito membro do Conselho Florestal, ele acredita que a entidade vai ajudar muito na organização das comunidades e da própria atividade florestal.

A chegada do caminhão fez um bem muito grande para a comunidade, segundo informou. O produtor pagava R$ 3 por saco transportado e agora paga R$ 1. A passagem para Cruzeiro do Sul custava R$ 15 e agora sai por R$ 5. “Isso melhorou muito, trouxe bom resultado para nossa comunidade. Todos estão satisfeitos”, reconhece. Ele também apoiou os planos comunitários de manejo. “A gente precisa aproveitar as madeiras que já estão velhas.”

Escolhido como presidente do Conselho, Eden Magalhães, que pertence aos quadros da Sedens, disse que o órgão vai convocar uma reunião ordinária e fazer um planejamento para este ano e dar encaminhamento àquilo que é o objetivo de uma floresta pública. Ainda segundo Eden, o conselho, previsto para ter 22 membros, será enxugado e ficará com apenas onze.

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