Governo inicia curso de Pintor para turmas de socioeducandos

Vinte e quatro socioeducandos recebem o curso de Pintor no Centro Socioeducativo Aquiry e no Casef, em Rio Branco (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Vinte e quatro socioeducandos recebem o curso de Pintor no Centro Socioeducativo Aquiry e no Casef, em Rio Branco (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Começou nesta semana, o curso de Pintor para adolescentes do Centro Socioeducativo (CS) Aquiry e do Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef), com carga horária de 160 horas/aula. As duas turmas estão divididas em 12 participantes cada. A ação faz parte de uma parceria entre o Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

No Casef, duas vagas foram disponibilizadas para familiares dos adolescentes. Segundo o presidente do ISE, Henrique Corinto, o objetivo é também oportunizar os responsáveis pelos socioeducandos. “A ideia é garantir à família uma profissionalização. O fato é que não podemos trabalhar o jovem isoladamente. Quem está em casa, precisa participar da socioeducação e também melhorar de vida. Com essa iniciativa esperamos bons resultados”, afirma.

O socioeducando Antônio (nome fictício), 17, demonstra grande interesse nas aulas. Ele revela que quer ser engenheiro civil e que enxerga no curso uma oportunidade de atingir o sonho. “Já  estou aqui dentro há mais de um ano, o que é bastante tempo para pensar na vida. Hoje só posso dizer que quero mudar e ser um cidadão de bem. Sempre fui bom aluno e acho que isso me ajudará a concluir uma faculdade. Eu sei que para isso ainda preciso correr pelos estudos que ficaram um pouco atrasados devido à privação de liberdade”, planeja.

De acordo com o instrutor do Senai Eliseu Pereira Gondim, o mercado de trabalho está pagando cerca de R$ 100 por diária ao pintor, o que equivale ao mesmo valor do pedreiro. Ele comenta que as vagas de emprego existem, mas é preciso uma boa preparação para supri-las. “No curso, eles vão aprender desde a preparação da tinta até o acabamento final. Esse curso aplicado aqui é o mesmo lá fora. Serão 45% das aulas de teoria e 55% de prática”, explica. Os alunos irão aprender como fazer o trabalho em todo o tipo de substrato como na alvenaria, na madeira, no ferro, no gesso, na telha e no piso, além de noções de orçamento.

Para o diretor do CS Aquiry, Wilkerson Avilar, o centro se tornou referência na inserção de cursos profissionalizantes, o que reflete positivamente no convívio dentro da unidade de internação. “Este local já foi muito conflituoso, porém, hoje percebemos uma mudança no comportamento de todos. Entendemos que não só o socioeducador e os colaboradores têm um trabalho aqui dentro, mas os próprios adolescentes devem dar a contribuição deles. O diferencial é tratá-los como seres humanos”.

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