Além da formação regular no Ensino Médio, o programa também proporciona mais seis meses de qualificação profissional
Distante cerca de um dia de barco de Cruzeiro do Sul, subindo o rio Juruá até a boca do rio Juruá Mirim, a comunidade Simpatia teve atendida uma reivindicação que abre uma janela larga para um futuro melhor. Nesta semana, aconteceu o início das aulas do Ensino Médio. A localidade tem cerca de 250 moradores que vivem principalmente do cultivo da banana e a mandioca. A implantação do Ensino Médio no local é mais um passo dado pelo programa conjunto da Fundação Roberto Marinho e Secretaria de Educação do Estado, chamado "Asas da Florestania" que tem levado escolarização a comunidades rurais de difícil acesso.
Segundo Alcyr Costa, coordenador do programa no vale do Juruá, o Asas da Florestania foi iniciado no ano passado e já está beneficiando 16 turmas no Estado. Segundo informou, a intenção do governo é expandir o programa para outras comunidades.
A aluna Lourdes Costa da Silva, em vista das dificuldades, já tinha decidido abandonar os estudos, mas agora vai retomá-los, pela proximidade da escola. Já a senhora Maria de Fátima Souza viu com tristeza as duas filhas abandonarem a escola já há dois anos. Elas são suas únicas companheiras e haviam desistido de ir para a cidade estudar para não deixar a mãe só. A implantação do Ensino Médio resolveu o problema. As filhas estudam e a mãe não fica mais só.
Exige esforço
Mesmo com o Ensino Médio na sede da comunidade Simpatia, muitos dos 20 alunos que foram a primeira turma ainda precisam de algum esforço para chegar até a escola. Principalmente agora no período chuvoso, os rmais de acesso estão enlameados e as viagens por barco são dificultadas. Nada que desanime os estudantes. Eles estão abraçando a oportunidade com garra.
As turmas de Ensino Médio do ‘Asas da Florestania’ funcionam como anexos das Escolas de Ensino Médio mais próximas. Assim, a nova turma da localidade Simpatia é um anexo da Escola Manoel Braz de Melo localizada na vila Assis Brasil. Além da formação regular no Ensino Médio em três anos, o programa também proporciona mais seis meses de qualificação profissional para os alunos, de acordo com as necessidades de cada comunidade.