Governo estadual declara situação de emergência nos munícipios da Bacia do Rio Acre

Equipe de governo reuniu a imprensa no Gabinete Civil para fazer o comunicado (Foto: Angela Peres/Secom)

Equipe de governo reuniu a imprensa no Gabinete Civil para fazer o comunicado (Foto: Angela Peres/Secom)

O governador Tião Viana decretou na manhã desta quarta-feira, 8, situação de emergência nos municípios do Rio Acre, relacionados com a intensa redução de chuvas e em decorrência da estiagem prolongada. O decreto n° 4.375 foi lançado numa coletiva de imprensa no Gabinete Civil, que reuniu representantes da Defesa Civil, Departamento de Pavimentação e Abastecimento (Depasa) e Secretaria de Meio Ambiente (Sema).

“O problema da água em Rio Branco é um problema que tentamos contornar todo ano”, explica o superintendente do Depasa Rio Branco, Felismar Mesquita. Segundo ele, o decreto é na verdade uma ação pró-ativa. Através da situação de emergência é possível abrir uma porta para que o governo federal possa nos ajudar e firmar, dessa maneira, uma grande parceria caso a situação tome proporções mais graves.

O Rio Acre tem passado por períodos de extremos. Em fevereiro, ele chegou a 17,64m, numa das maiores cheias da história. Agora, registra 2,08m e a tendência é de continuar diminuindo. No dia 11 de setembro de 2011, o Rio Acre atingiu a marca história de 1,50m, a menor dos últimos 40 anos. Se a diminuição do Rio Acre continuar no ritmo atual, em 15 dias alcançará a marca história do ano passado, bem antes da época anterior.

Ainda assim, Felismar Mesquita fez questão de afirmar que a distribuição de água na cidade de Rio Branco continua normal, com as estações trabalhando 24 horas por dia. O que o governo pede nesse momento é que a população tenha consciência do momento difícil que o Rio Acre passa e que reeduque seus hábitos de consumo d’água, para que não haja tanto desperdício. Segundo o coronel Oliveira, da Defesa Civil, não há possibilidade nenhuma de que Rio Branco fique sem abastecimento d’água. “Se o rio vier a apartar, o Corpo de Bombeiros esta preparado para adoção de medidas contra isso. Teremos no máximo um racionamento de água”, assinalou.

Felizmar Mesquita garantiu o abastecimento de água na capital e pediu apoio da população para economizar água (Foto: Angela Peres/Secom)

Felismar Mesquita garantiu o abastecimento de água na capital e pediu apoio da população para economizar (Foto: Angela Peres/Secom)

No interior do Estado, o abastecimento é feito por meio de bombas superficiais, e nenhuma cidade está comprometida até agora. O maior risco é em Xapuri e Brasileia, que têm um contingente de moradores maior, dificultando o abastecimento se o rio for atingido por uma seca mais severa. As chuvas no Acre devem voltar apenas na segunda quinzena de outubro.

Recuperação da bacia

O secretário de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus, lembrou que a Bacia do Rio Acre tem 2,7 milhões de hectares, sendo que da Área de Preservação Permanente já foram desmatados 60 mil hectares. O governo do Estado trabalha para a recuperação dessas áreas. “Já foram plantadas 300 mil mudas, e ate 2014 serão três milhões. Ainda é pouco, mas estamos correndo atrás da recuperação da bacia”, disse.

Também estão sendo instaladas as estações de monitoramento do Rio Acre em parceria com a Agência Nacional de Águas (Ana). Serão 25 pontos de monitoramento em todo o rio que enviarão dados em tempo real da situação das elevações e diminuições das águas, além de vários outros tipos de informações que, juntas, serão capazes de prever com alguma antecedência o comportamento do Rio Acre.

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