Produtores recebem 12 fêmeas e um macho e têm prazo de dois anos para devolver ao Estado a mesma quantidade
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As ovelhas são da raça Dorper e os carneiros da Santa Inês (Foto: Sérgio Vale/Secom)
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Inicia-se um novo tempo para a pecuária no Acre. A cadeia produtiva da ovinocultura está sendo fortalecida e ampliada e o primeiro passo foi dado com a entrega do primeiro lote de 370 ovelhas e 30 carneiros reprodutores para produtores do Estado. Cada um recebeu 12 ovelhas e um carneiro reprodutor e terão que devolver a mesma quantia num prazo de dois anos. A entrega aconteceu no fim da manhã desta terça-feira, 22, no tatersal da Expoacre, com a presença do vice-governador, César Messias, secretários, empresários e produtores.
Nos próximos quatro anos, o governo do Estado pretende entregar outras 7,6 mil ovelhas e carneiros para 600 produtores de todo o Acre. As entregas acontecerão a cada 30 dias. Carneiros e ovelhas foram adquiridos na cidade de Valente, no interior da Bahia.
O secretário de Agricultura e Pecuária, Mauro Ribeiro, disse que os produtores beneficiados foram escolhidos através de levantamento que vem sendo feito nas propriedades rurais de todo o Estado. Esse levantamento já conta com cerca de 700 produtores cadastrados. “Nós fazemos uma visita em cada propriedade e analisamos se elas têm condições para receber esses lotes e se os produtores têm aptidão para esse tipo de cultura. A partir daí, o produtor está apto para ser beneficiário desse programa”, contou.
De acordo com Ribeiro, o produtor beneficiário receberá apoio técnico do governo do Estado e contará com o fortalecimento de uma cadeia produtiva que está recebendo o incentivo do poder público e da iniciativa privada. “Já tem um frigorífico que está sendo construído na estrada de Porto Acre e que deve entrar em funcionamento já nos próximos dias. O empresário proprietário garantiu a compra da produção e já há mercado no Estado e fora dele”, ressaltou.
As ovelhas são da raça Dorper e os carneiros da Santa Inês. O cruzamento dos dois dá um animal mais precoce, que ganha peso mais rápido e está pronto para o abate também em tempo mais rápido do que os animais de marcas convencionais. Os carneiros e ovelhas entregues receberam vacina polivalente, que os protege contra 25 tipos de doenças comuns aos ovinos. A vacina deve ser repetida em 30 dias, mas a responsabilidade agora passa a ser dos produtores.
César Messias lembrou que esse é um projeto que teve início a partir da iniciativa do governador Tião Viana quando ele ainda era senador. Viana vislumbrou a ideia e agora, como governador, está colocando em prática. “Esse é um projeto que tem tudo para dar certo, pois está sendo fortalecida uma importante cadeia produtiva no Estado”, disse Messias.
O entusiasmo não era só de parte do governo e de seus secretários. Os produtores também se mostraram otimista quanto a esse novo momento que se inicia no campo do Acre a partir dessa iniciativa governamental. Um deles é o senhor Jonas Leandro de Souza, morador da estrada de Porto Acre. Ele disse que cria gado de leite e de corte e também cria ovelhas há algum tempo, e reconhece que a produção de ovinos estava carente no Acre porque os produtores acreanos não viam a possibilidade de muito lucro. “As ovelhas dão cria duas vezes por ano e as crias são de até três animais de cada vez”, contou.
Osmar dos Santos, morador do ramal do Ouro, na BR-364, sentido Rio Branco/Sena Madureira, elogiou a qualidade dos animais entregues. Ele que já cria ovelhas há muito tempo, disse que são animais de bom porte e com bastante saúde. “Apesar de terem feito uma viagem tão longa, estão muito saudáveis”, afirmou o produtor.
A Secretaria de Estado de Pequenos Negócios é parceira na realização desse projeto. O secretário José Carlos Reis afirmou que a sua secretaria tem um papel importante nessa cadeia produtiva, pois vai contribuir para o fortalecimento dos negócios que estão sendo fechados pelos produtores. “Já temos empresários do ramo de frigoríficos atuando nessa cadeia e nossa secretária está atuando junto com os empresários e produtores fazendo essa interface para o fortalecimento dessa cadeia produtiva”, disse Reis.
