A secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, e a coordenadora estadual da Gerência de Endemias, Izanelda Magalhães, estão acompanhando os serviços de saúde em Cruzeiro do Sul. Em ato realizado na manhã desta sexta-feira, 21, fizeram entrega de equipamentos, motocicletas e barcos para os setores de endemias de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves com investimentos de mais de meio milhão de reais do governo do Estado e do governo federal.
Dezenas de agentes de saúde e demais profissionais das endemias, secretários municipais de Saúde, além do prefeito municipal de Mâncio Lima, Cleidson Rocha estiveram presentes ao ato. A secretária Suely fez um apelo à mobilização contra a malária. Segundo explicou, as condições climáticas, muita umidade, muitos fatores favorecem a proliferação do anofelino, mosquito causador da malária. “Temos que nos renovar a cada dia, investir na infraestrutura para o combate à malária. O governo está fazendo um grande esforço”, disse. O governo do Estado investe anualmente cerca de R$ 7 milhões para o controle da malária nos três municípios.
A coordenação de Endemias de Cruzeiro do Sul recebeu 17 motocicletas, 04 barcos de 800 kg, 01 barco de seis toneladas, 05 motores de rabeta longa, materiais de informática e mobiliário, totalizando investimentos de R$ 378.622,81.
Para a coordenação de Rodrigues foram entregues 06 motocicletas, 03 barcos de 800 kg, 01 barco de seis toneladas, 04 motores de rabeta longa, materiais de informática e mobiliário, totalizando R$ 114.187,25. Também foi entregue ao município equipamento de informática completo para fortalecimento das ações de vigilância sanitária no valor de R$ 2.480,00.
A coordenação de Mâncio Lima recebeu 02 motocicletas e mobiliário além de equipamentos para a área de imunização que somaram investimentos de R$ 18.187,00.
Só Cruzeiro do Sul não aderiu à municipalização
Existe uma determinação do Ministério da Saúde de descentralização de todas as ações de vigilância em todo o Brasil. Dentre os municípios acreanos (e de todo o Brasil) apenas Cruzeiro do Sul pediu para não assumir o controle da vigilância epidemiológica, mas o Ministério da Saúde não aceitou a negativa. A secretária Suely vai se encontrar com o prefeito de Cruzeiro do Sul quando vai abordar a questão. A intenção é definir um acordo entre entes públicos.
“A prefeitura assumindo não significa que não vai ter o apoio do estado; vamos continuar apoiando a exemplo do que fazemos com Mâncio Lima e Rodrigues Alves. A gente cobre a folha de pessoal, dá equipamentos, dá consultoria, estamos juntos o tempo todo porque este é um problema que diz respeito á população e assim diz respeito a todos os entes federados, mas as responsabilidades maiores são do município”.
A secretária ainda disse que por conta disso os agentes ainda estão com a situação indefinida e se a prefeitura assumir ela terá que fazer um concurso para contratar. “Mas, enquanto isso, vamos fazer o trabalho de mobilização, ação social, equipes na rua para combater a malária porque independente da responsabilidade quem sofre é a população. Então a gente vai continuar esta luta com apoio do governador Tião Viana e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha”.
Municipalização das ações
O município de Mâncio Lima não se arrependeu de ter municipalizado as ações de vigilância, o que ocorreu no ano passado, segundo o secretário municipal de Saúde, Josianis Araújo Rodrigues. Para ele, os municípios podem ser mais eficazes no combate à malária. Por estarem mais próximos à população, conhecem melhor a realidade e podem chegar a todas as comunidades mais facilmente.
Ele reconhece que no momento Mâncio Lima depende do apoio do governo do estado e do governo federal porque a situação é de epidemia. Mas o município já está se estruturando.
“O grande problema é ainda a insegurança dos servidores: a gente não sabe como é que vai ficar. Fizemos concurso para contratação provisória de dez agentes. A gente tinha pretensão de fazer permanente só que precisamos ter as garantias. Eu defendo que o governo federal ofereça a condição para que o agente de endemias seja igualado ao agente comunitário”.