Produtores rurais da Associação de Produtores Rurais Fé em Deus, Ramal Dois Irmãos, Projeto de Assentamento Barro Alto, comemoraram nesta quinta-feira, 25, a inauguração de uma casa de farinha modernizada. O governo do Estado é o responsável pela execução do projeto, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). A iniciativa consiste em ações de substituição de casas de farinha tradicionais por casas modernas, mais confortáveis para o trabalhador e mais condições de higiene, além de fornecer aos produtores uma visão de comércio mais organizada e capaz de atender às exigências de mercado.
O projeto de construção das casas de farinha no Acre começou em julho de 2008, com financiamento do Programa Trabalho e Cidadania, da Fundação Banco do Brasil. A construção de 102 casas de farinha prevê um investimento de R$ 2,4 milhões. Já são 72 casas de farinha entregues às comunidades rurais. As cidades beneficiadas pelo projeto são Assis Brasil, Bujari, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Xapuri, Brasileia, Senador Guiomard, Sena Madureira, Rio Branco, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Plácido de Castro e Porto Acre.
A implantação do Projeto 102 Casas de Farinha inclui ainda a modernização das casas de farinha e a criação de condições para exploração de subprodutos da mandioca, como farinha, goma e farinha de tapioca. O desafio é levar a inovação tecnológica e agregação de valor à cadeia produtiva da mandioca, a valorização dos produtos da agricultura familiar e a segurança alimentar com visão econômica organizada.
A presidente da Associação de Produtores Rurais Fé em Deus, Roselina Queiroz Leite, afirma que cerca de 240 famílias terão acesso a casa de farinha. “Agora não vamos mais perder nossa produção de mandioca. Temos como produzir nossa farinha e goma, e isso traz renda”, garante.
“Estimular os pequenos empreendimentos projeta importantes impactos na economia comunitária. A perspectiva de produção é de oito toneladas de farinha ao mês. A busca aqui é, acima de tudo, a valorização dos produtos da agricultura familiar e a segurança alimentar com visão econômica organizada”, disse o secretário de Produção, Lourival Marques.
Lourival Marques garante que o próximo passo é oferecer aos produtores envolvidos cursos de Formação Inicial e Continuada em Melhoramento e Beneficiamento da Farinha. “A casa de farinha faz parte da cultura do produtor familiar acreano. Aqui buscamos melhorar e trazer mais qualidade e segurança”, concluiu.
Mecanização agrícola
A mecanização de áreas para plantio de mandioca também é importante no processo de consolidação da cadeia produtiva. O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas prevê o acesso à mecanização para grupos de produtores de mandioca no preparo do solo para o plantio, assistência técnica e ampliação do acesso ao crédito.
No caso da cadeia produtiva da mandioca, está prevista a mecanização em todos os 22 municípios do Acre. Cada propriedade terá direito a mecanização de dois hectares para plantio da mandioca, num total de 30 hectares por casa de farinha. Essa mecanização resultará na produção de 300 toneladas por ano de farinha.