Em Manoel Urbano, os agricultores do Ramal São João, localizado no Projeto de Assentamento (PA) Liberdade, receberam 10,2 mil mudas de café da categoria “conilon”, na última terça-feira, 19. A ação faz parte do programa de fortalecimento da cadeia produtiva desses grãos, que é desenvolvido pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Pequenos Negócios (SEPN). A meta de entrega é de 400 mil até o fim do ano.
{xtypo_quote_right}Só não produz quem não quer, porque há condições
Antônio “Cobra” Alves{/xtypo_quote_right}
Somente na região, já foram beneficiadas 18 famílias, que respondem por 60% da produção cafeeira murbanense. O resultado é fruto da dedicação de gente como o agricultor José Alfredo Costa Teixeira, o “Góes”, que não se arrepende da decisão tomada três anos atrás, quando saiu de Rondônia com a mulher e o filho. “A terra é boa, e aqui nós temos o apoio do Estado, mas lá fora não é assim”, comenta.
O auxílio, inclusive, vai além da distribuição de mudas de café. O governo investiu no acesso aos ramais para ampliar o escoamento da produção e, ainda, proporcionar melhor qualidade de vida à comunidade. Outro ponto fundamental foi a aquisição de maquinário – secadora e descascadora -, da ordem de R$ 170 mil, que acabou impulsionando o valor do produto. Se em 2012 a saca era vendida a R$ 80, neste ano quase triplicou, podendo chegar a R$ 230.
Para reduzir custos e diminuir a carga de estresse, os produtores dão um bom exemplo de solidariedade. Eles fazem um mutirão para ajudar os colegas no plantio e, com o fim do inverno amazônico, encontram-se novamente para o momento mais rentável: a colheita. E o mercado também se mostra receptivo, já que 70% dos fornecedores são de fora do Estado, o que não é nada interessante, pelo alto custo do frete e de encargos, que oneram o bolso dos empresários.
“Se a produção local quadruplicar, terá mercado garantido exclusivamente entre os acreanos”, ressalta Beto Moreto, responsável pela maior indústria acreana de café. Para Antônio “Cobra” Alves Nascimento, “só não produz quem não quer, porque há condições”. Apaixonado pela cultura dos grãos, o agricultor foi um dos seis contemplados no Ramal Conquista, que também integra o PA Liberdade. “O café é o meu meio de vida e de muitos outros pequenos agricultores. É bom ter ajuda.”
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