Governo e prefeitura de Rio Branco iniciam nova campanha de prevenção e combate à dengue

Objetivo é evitar outra epidemia na capital, como a do ano passado, quando foram notificados aproximadamente 35 mil casos 

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Alunos da rede pública de ensino vão ajudar na segunda etapa da campanha Guerra Contra a Dengue (Foto: Assessoria Sesacre)

O governo do Acre e a prefeitura de Rio Branco dão continuidade às ações de combate e prevenção à dengue no Estado. Nesta segunda etapa, as ações estão direcionadas às escolas localizadas nos bairros com maior índice de infestação do Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue -, quando alunos e professores serão incentivados a fabricar armadilhas para capturar o mosquito. 

“Prevenção Sim, Dengue Não! A Guerra Continua”. Este é o slogan da nova campanha, que tem como objetivo evitar outra epidemia na capital, a exemplo do ano passado, quando foram notificados aproximadamente 35 mil casos, nove deles com vítimas fatais. 

Rio Branco foi a segunda das 16 cidades brasileiras, e a primeira da Região Norte, que enfrentou uma epidemia de dengue em 2010. Diante desse quadro, o governador Tião Viana, o prefeito Raimundo Angelim e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não mediram esforços para reduzir as notificações da doença.

Uma das ações realizadas pela parceria foi a campanha “Guerra Contra a Dengue”, que ocorreu de forma ostensiva e integrada em várias frentes de trabalho, como a Operação Limpeza, que contou com 104 equipamentos e mais de mil profissionais envolvidos. Em dois meses foram recolhidas 8.557 toneladas de lixos e entulhos nos bairros onde a ocorrência de casos foi maior.  

Para o sucesso da campanha, outras ações ocorreram de forma paralela, como a contratação de mais agentes de vigilância em saúde para agir no controle vetorial; mobilização social com veiculação de material informativos em vários meios de comunicação – rádio, TV, internet, outdoor e busdoor. A “Brigada Jovem Contra a Dengue” se uniu a operação e reuniu cerca de 180 jovens, que foram às ruas combater os focos do mosquito nas instituições públicas, federais e municipais, nas escolas e nas suas vizinhanças, realizando a distribuição de material informativo e palestras de conscientização. Além disso, foram distribuídas e instaladas 36 mil tampas de caixa d’água. 

De acordo com a gerente do Departamento de Vigilância em Saúde, Izanelda Magalhães, o trabalho integrado reduziu em mais de 99% os números de notificações de dengue, comparando a primeira semana epidemiologia de 2011 – de 2 a 8 de janeiro -, na qual foram registrados 2.477 casos da doença, com a 34ª semana epidemiológica – 21 a 27 de agosto -, que registrou 18 casos. Também houve uma importante redução nos Índices de Infestação Predial (IIP), que no mês de fevereiro era de 6,77% e caiu para 4,08% em agosto. 

“Tais resultados demonstram o compromisso do governador Tião Viana em zelar pela saúde da população acreana e o compromisso dos profissionais e parceiros envolvidos na operação contra a dengue. Agora estamos dando continuidade às ações, uma vez que nesse período de estiagem é que os mosquitos aproveitam para depositar seus ovos, por isso é importante orientar e mobilizar as pessoas para evitar armazenar água em locais abertos”, afirma a gerente.

Prevenção Sim, Dengue Não! A Guerra Continua 

Segundo Izanelda, os bons resultados trazidos com a mobilização da Operação Guerra Contra a Dengue motivaram uma nova parceria entre governo e a prefeitura de Rio Branco, por meio das secretarias de Estado de Saúde e Educação. A campanha será desenvolvida nas escolas, onde alunos e funcionários serão incentivados a criar armadilhas para capturar o mosquito da dengue.  

O projeto de fabricação das armadilhas é do professor Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e foi usada para ajudar no combate à dengue na cidade do Rio de Janeiro, em 2008. A ferramenta, escura por fora e com água limpa e parada por dentro, é mais eficiente do que o fumacê e larvicida porque age diretamente na origem do problema, eliminando os ovos dos mosquitos. Além de capturarem a fêmea do Aedes aegypti, as armadilhas também vão ajudar na redução do impacto ambiental, uma vez que serão produzidas com garrafas pet. 

“Nossa meta é mobilizar 88 escolas estaduais e municipais da zona urbana de Rio Branco, com alcance de 78.422 mil alunos para trabalhar na construção desse projeto. Esses estudantes serão capacitados para serem multiplicadores no combate à dengue e na fabricação de armadilhas para a captura do mosquito, a serem instaladas nas escolas, nas casas dos alunos e vizinhança”, explica Izanelda. 

Cerca de 200 agentes de vigilância em saúde, 26 supervisores de campo e a equipe de entomologia estadual foram capacitados para realizar, no período de 12 a 16 de setembro, oficinas de formação com 7.920 alunos das primeiras nove escolas contempladas: Berta Vieira de Andrade, Padre Carlos Casavecchia, Lindaura Martins Leitão, Theodolina Falcão Macedo, Raimundo Hermínio de Melo, Pedro Martinello, Joelma Oliveira, Mestre Irineu Serra e Elozira dos Santos Thomé. 

Ainda segundo a gerente, o projeto-piloto está sendo realizado com os alunos da escola João Mariano, no bairro Taquari, onde foram produzidas duas arapucas por sala, para serem colocadas nas residências de dois alunos. Nas demais escolas, nesse primeiro momento, serão realizadas atividades educativas junto às crianças, incentivando-as a ajudar nas ações preventivas de combate à dengue.  

“Esse projeto visa envolver os alunos, por meio de um trabalho educativo, para que eles possam observar em suas residências se há focos do mosquito da dengue e motivar e incentivar os pais e familiares a eliminar qualquer tipo de criadouro, para depois instalar a sua armadilha”, diz a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo. 

Como será  feito o monitoramento das armadilhas 

As armadilhas implantadas por parte da escola serão monitoradas por meio da rotina semanal de entrega e recolhimento das armadilhas entregues aos alunos às segundas-feiras e recolhidas às sextas-feiras para eliminação de possíveis larvas. 

Mobilização de limpeza na casa do aluno – Caso o aluno identifique em sua residência possíveis criadouros do mosquito – que seja de fácil remoção -, ele deve acondicioná-los em sacolas ou sacos e levar para a escola. Depois, conforme cronograma estabelecido pela equipe escolar, o material será recolhido pela coleta regular de lixo. 

Monitoramento das escolas com as famílias – Cada aluno identificará, em forma de desenho, os possíveis focos da dengue em sua casa e levará o desenho para a escola. A equipe escolar emitirá um aviso aos pais solicitando a eliminação dos focos. 

Acompanhamento e apoio das ações pela equipe Sesacre/Semsa – Os agentes de endemias farão o monitoramento e a supervisão das armadilhas nas escolas e nas casas dos alunos durante o trabalho de rotina do controle da dengue.  

Seminário de encerramento das ações desenvolvidas – No próximo mês de dezembro, serão realizadas a exposição dos melhores trabalhos por escola e a premiação de kits educativos para as turmas que mais se destacaram no projeto.

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