Em reunião na tarde desta quinta-feira, 6, na Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa), Governo do Estado, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal (MPF) discutiram formas de combate a insegurança alimentar de comunidades indígenas localizadas na região do Purus, entre os municípios de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus.
Segundo dados levantados pelo MPF, nos últimos três anos, o maior número de óbitos de crianças indígenas ocorreu em aldeias de Santa Rosa, tendo como causas infecções respiratórias, desnutrição e diarreias, as duas últimas associadas a uma possível insegurança alimentar nas aldeias. Só uma aldeia da região registrou 19 óbitos de crianças com menos de seis anos em 2019.
O MPF declara que o poder público estadual nos últimos anos de suas políticas públicas indígenas dedicou pouca atenção às comunidades do povo madiha, localizados às margens do rio Purus e solicita um diagnóstico ao novo governo para execução de um plano de segurança alimentar.
O secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, se prontificou a dar apoio total para a criação de um grupo técnico entre Sepa e Funai para execução de um diagnóstico que tenha como objetivo gerar um projeto de segurança alimentar envolvendo, entre outras possibilidades, a implantação de roçados, fruticultura e até a criação de pequenos animais. Um plano de trabalho será realizado já nos próximos dias.
“A Sepa tem profissionais que sabem lidar diretamente com as questões produtivas para povos indígenas, respeitando a cultura tradicional desses povos. Vamos nos unir a essas instituições para fazer o melhor por todos eles e garantir segurança alimentar com qualidade”, destacou o secretário.
Em nome da procuradora da República Luciana Logo, o representante do MPF, Gerôncio Macedo, ressaltou a importância da ação em conjunto da Sepa e Funai que tem tudo para ser um sucesso na defesa dos povos indígenas.