Ações envolvem mobilização dos Bombeiros e de outros órgãos do poder público, disponibilização de embarcações e viaturas, montagem de abrigos e monitoramento do nível dos mananciais
Em decorrência das fortes chuvas e dos transtornos ocasionados pelas inundações em diversos pontos das cidades acreanas, o governo do Estado, por meio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC), da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec) e das demais instituições estaduais, vem dando apoio às prefeituras e às defesas civis municipais na operacionalização dos planos de contingência, com foco nas estratégias para ajudar as famílias atingidas e mantê-las em segurança, tanto na capital como no interior.
Desde as chuvas que ocasionaram a cheia dos igarapés e dos rios que percorrem o Acre, há um esforço para garantir que a população tenha a ajuda necessária para enfrentar os danos. Durante os dias 4, 5 e 6 de fevereiro, por exemplo, foram registradas 425 ocorrências atendidas pelos bombeiros militares nas dezenas de bairros de Rio Branco atingidos pelas cheias dos igarapés Do Almoço, Batista e São Francisco.
No interior, a situação não foi diferente. As cheias dos rios Iaco, em Sena Madureira; Purus, em Santa Rosa; e no Rio Tarauacá, em Tarauacá, mobilizaram diversos setores do governo.
O comandante-geral do CBMAC, coronel Carlos Batista, explicou a importância da atuação conjunta dos bombeiros para reduzir os danos e prestar apoio e apresentar recursos para auxiliar as pessoas afetadas. “Os militares têm sempre a preocupação de dar o seu melhor, de forma muito profissional. Ainda estamos no mês de fevereiro e os problemas com chuvas no estado costumam ir até a primeira quinzena de abril. Continuaremos a trabalhar com muita dedicação e com o mesmo compromisso de sempre, pensando no bem-estar das pessoas”, frisou.
O coronel comentou também que a ajuda dos demais órgãos do governo tem sido primordial para o desenvolvimento das ações com primazia. “O governo vem colocando todas as secretarias de Estado à disposição das coordenadorias municipais e das prefeituras, para melhor assistir as populações das áreas afetadas, ao mesmo tempo passando as orientações dos cuidados dentro dos protocolos sanitários e exigências estabelecidas pelo Ministério da Saúde para evitar o contágio pelo vírus do covid-19”, enfatiza.
Rio Iaco
Em Sena Madureira, o rio Iaco, que marcou 17,10m na manhã desta quarta-feira, 17, já desabrigou 67 pessoas e desalojou 118 somente entre os dias 10 e 16 de fevereiro. Com um quantitativo de 24 militares e 60 civis empenhados, foram atendidas 720 pessoas em diversos bairros, sendo estes: Vila Militar, Bom Sucesso, Vitória, Cidade Nova, Centro, Cafezal, Cohab, Jardim Primavera, Segundo Distrito e Pista. Além disto, uma quadra esportiva na cidade já está sendo preparada para receber mais moradores com toda a segurança e estrutura necessária.
Rio Tarauacá
No município de Tarauacá, o rio que leva o mesmo nome marcou nesta quarta, 17, 10,90m, sendo mais de um metro acima da cota de transbordamento, que é de 9,50m. Assim sendo, 99 pessoas foram atendidas com o auxílio de 12 militares e 10 civis nos bairros Da Praia, Triângulo, Invasão do Buchão, Bairro das Flores e a área comercial do centro. Além do reforço, os bombeiros do 7º batalhão, com o apoio do Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa), forneceram água potável para as famílias afetadas.
Os esforços não param por aí. A coordenadoria de Defesa Civil Municipal está monitorando a situação a cada instante e, em conjunto com a Secretaria de Estado de Educação, prepara escolas para abrigar as pessoas atingidas.
Rio Purus
De acordo com o levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, foram atendidas um total de 245 pessoas e 49 famílias na zona rural e na zona urbana entre os dias 13 a 16 de fevereiro. Dentro deste montante, 13 pessoas ficaram desalojadas e 36, desabrigadas.
Devido a atual situação da Covid-19 e como algumas pessoas da zona rural optaram por não sair das residências no momento por conta dos animais que criam, foi decidido pelo poder público por manter as famílias nas localidades e de prestar assistência até que as águas baixem, realizando o cadastramento destas. No entanto, caso o nível do rio continue a subir e venha a atingir as residências, será necessário realizar a remoção das famílias.
Em reunião estratégica entre bombeiros militares, governo do Estado, prefeitura, secretariado e Defesa Civil do município, no último dia 14 foram discutidas as ações do plano de contingência. As providências envolvem o alinhamento dos trabalhos, organização e cadastro das famílias, vistoria do abrigo, verificação dos recursos e equipamentos necessários, e o estabelecimento de um sistema de comando de incidente, posto de comando e almoxarifado na sede da Polícia Federal.
Nesta quarta-feira, 17, o nível do rio marcou, às 6h, 9,97m, sendo que a cota de transbordamento é de 9m. Para evitar maiores transtornos, mais abrigos estão sendo montados.
Rio Envira
Em Feijó, apesar de o rio não ter alcançado a cota de transbordamento, que é de 14 metros, ele segue sendo monitorado de forma constante. Na manhã desta quarta-feira, o nível marcou 13,64m. Tal fato ocasionou o atendimento a nove famílias e desabrigou quatro pessoas dentre as 25 atendidas e que, consequentemente, foram levadas ao abrigo construído. Contudo, a equipe local segue empenhada em agir caso a situação se agrave, tendo à disposição três viaturas, sendo duas da prefeitura local e uma do CBMAC.
Rio Juruá
Na segunda maior cidade do estado, Cruzeiro do Sul, o rio Juruá também já transbordou, alcançando 14,13m na manhã desta quarta-feira. Nesse sentido, a prefeitura municipal, em conjunto com a Defesa Civil local e o Corpo de Bombeiros também estão planejando averiguações e discutindo quais as melhores maneiras de conter os danos e salvar as pessoas. Até então, foram 51 famílias atendidas, 81 pessoas desabrigadas e 524 desalojadas em 10 bairros, nove comunidades e três vilas do município.
Rio Andirá
O rio que percorre pelo município de Porto Acre acabou transbordando com as fortes chuvas e afetou os moradores do Ramal dos Paulistas. No entanto, o prefeito da cidade Bené Damasceno já providenciou uma grande embarcação para fazer o translado das pessoas e realizar os atendimentos necessários, uma vez que as pontes também foram atingidas. Na mesma perspectiva, os bombeiros militares também se fazem presentes no local para prestarem os devidos apoios nas travessias e orientando quanto à segurança da comunidade.
Rio Acre
Na capital do estado, o rio Acre marcou nesta quarta-feira, 17, às 6h, 15,77m, o que significa que o nível está com quase 2 metros acima da cota de transbordamento, que é de 14m. De acordo com o levantamento realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre, 381 pessoas foram atendidas e 179 bombeiros militares estavam empenhados na operação entre os dias 10 e 16 de fevereiro. Somente de chamados via 193, foram 295.
A cheia do Rio Acre, que já atingiu mais de dez bairros em Rio Branco fez com que 39 pessoas fossem transferidas para abrigos montados na capital. As equipes do CBMAC, com posto de Sistema de Comando de Incidentes (SCI) montado no 1º BEPCIF, localizado na Morada do Sol, em conjunto com a Defesa Civil Estadual e Municipal de Rio Branco continuam empenhadas em remover as pessoas dos locais alagados e garantir a devida segurança, dispondo viaturas, embarcações e recursos humanos.
São formadas equipes diariamente no 1º Batalhão da Capital, compostas por bombeiros militares da segunda folga, civis e servidores de órgãos estaduais e municipais. As equipes trabalham diariamente, nos três períodos do dia, para atender as ocorrências geradas via Ciosp, 193.