Governo do Estado faz parcerias com órgãos federais para análises hidroclimáticas

O governo do Acre está buscando novos equipamentos de medição e análise hidroclimática através de trabalhos integrados com órgãos federais, no caso, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad).

O governo do Acre está buscando novos equipamentos de medição e análise hidroclimática através de trabalhos integrados com órgãos federais (Foto: Arison Jardim/Secom)

O governo do Acre está buscando novos equipamentos de medição e análise hidroclimática através de trabalhos integrados com órgãos federais (Foto: Arison Jardim/Secom)

A ação está sendo coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Sema), que recebeu entre os dias 29 a 31 deste mês a visita técnica de dois especialistas do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam): o meteorologista Luis Alves e a Engenheira Civil e especialista em Recursos hídricos Ana Cristina Strava, coordenadora de Operações do Sipam. O objetivo da visita é oferecer capacitação aos técnicos locais, permitindo análises mais consistentes, além de novos equipamentos e imagens de satélite oferecidos pelo Censipam ao Estado do Acre.

Segundo Vera Reis, coordenadora da Divisão de Gestão de Riscos Ambientais e Eventos Extremos da Sema,  o que se pretende é municiar os órgãos de defesa civil do Estado e do município com informações pertinentes para tomada de decisões em tempo hábil, no caso de ocorrência de enchentes e alagações, uma recorrência do calendário amazônico no período chuvoso que se desdobra entre novembro e março.

Ao contrário de outras regiões do Brasil, as enchentes e deslizamentos na Amazônia não são exceções, mas fazem parte de um ciclo anual que tende a se agravar com o crescimento urbano e a ocupação desordenada às margens dos rios. Com a parceria, o Acre contará com análises climáticas diárias, além de uma previsão semanal de consenso entre os técnicos locais e do Sipam.

A ação está sendo coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Foto: Arison Jardim/Secom)

A ação está sendo coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Foto: Arison Jardim/Secom)

De acordo com o meteorologista Luis Alves, a possibilidade de alagações como as ocorridas no ano passado são menores neste período chuvoso de 2013, levando em conta os dados até agora coletados. Mas ele adverte que é preciso estar atento, uma vez que a ocorrência de chuvas mais severas não pode ser completamente descartada.

A coordenadora de Operações do Sipam, Ana Cristina Strava, analisa a situação de forma taxativa: “Eventos climáticos extremos na Amazônia não são ocasionais, mas cíclicos, vão acontecer num curto intervalo de tempo e é preciso estar sempre preparado para os mesmos, configurando uma tarefa de convivência com o regime dos rios”, avalia.

“Temos duas alternativas: a primeira é verificar quem está residindo em áreas de risco, nas margens dos rios, na faixa natural que vai dos 12 aos 14 metros de transbordamento, e partir para as tomadas de decisão institucionais, com a remoção e realocação destas famílias. Outra medida é a manutenção das matas ciliares nas áreas rurais, para impedir o assoreamento e minimizar os transbordamentos que vão ocorrer adiante, nas cidades. Desta forma, o produtor rural precisa ser informado e receber apoio para não desmatar nas margens de rios e igarapés, porque este também é um fator que muito contribui para as enchentes nos centros urbanos”.

De acordo com o meteorologista Luis Alves, a possibilidade de alagações como as ocorridas no ano passado são menores neste período chuvoso de 2013 (Foto: Arison Jardim/Secom)

De acordo com o meteorologista Luis Alves, a possibilidade de alagações como as ocorridas no ano passado são menores neste período chuvoso de 2013 (Foto: Arison Jardim/Secom)

Para o coordenador da Defesa Civil Municipal de Rio Branco, Ten. Cel. George Santos, o encontro serviu para o estabelecimento de procedimentos norteadores na possibilidade de ocorrências de enchentes neste período: “Os técnicos do Sipam vieram acrescentar maior robustez aos dados que possuímos, de modo que poderemos dar respostas mais eficientes na ocorrência de desastres. Além disso, já acumulamos uma considerável experiência nas enchentes do ano passado, e estamos mais preparados agora”, conclui.

O secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, agradeceu a presença dos técnicos do Sipam e demais órgãos presentes, ressaltando a importância desta parceria efetuada que irá possibilitar respostas mais rápidas na previsão dos eventos extremos, além de melhorar a capacidade técnica das análises relativas às medições das chuvas e do nível dos rios.

Edegard ressaltou que a integração existente entre os órgãos da Comissão Estadual de gestão de riscos ambientais e as defesas civis estadual e municipais, permitirá atender de forma mais eficiente os setores da sociedade mais atingidos por estes eventos.