Governo do Estado conclui primeira fase do programa Ruas do Povo em Rodrigues Alves

Segunda fase do programa já está em licitação e vai contemplar mais treze ruas no município

Quando dona Maria da Conceição Menezes chegou na rua Cruzeiro do Sul, no município de Rodrigues Alves, há pouco mais de 14 anos, o local não passava um caminho por onde se tinha muita dificuldade para andar. Se no verão já não era fácil, no inverno era pior. Muitos anos se passaram até que os moradores da rua, que hoje tem quase meio quilômetro (463 metros) pudessem ver algum tipo de benefício.  

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Quando dona Maria da Conceição Menezes chegou na rua Cruzeiro do Sul, no município de Rodrigues Alves, há pouco mais de 14 anos, o local não passava um caminho por onde se tinha muita dificuldade para andar (Foto: Assessoria Depasa)

Um dos principais problemas que ela enfrentava estava para levar as compras que fazia para casa. Descia do ônibus na rua principal e deixava as mercadorias com uma vizinha de confiança para poder ir em casa e pegar um carrinho de mão. Era comum dar duas viagens para carregar tudo até em casa e passar, muitas vezes, por pequenas pinguelas improvisadas para que os moradores não se atolassem ainda mais.  

Mas desde que o governador Tião Viana, juntamente com o diretor-presidente do Depasa, Gildo César, anunciaram a pavimentação de mais de três mil ruas em todo o Estado, através do Programa Ruas do Povo, o sofrimento de dona Maria da Conceição estava com os dias contados. O trabalho executado pelo Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) faz as lembranças de dona Maria da Conceição serem apenas parte de um passado ainda recente.  

O município de Rodrigues Alves é um dos primeiros onde o governo do Estado está anunciando a entrega da primeira fase do Ruas do Povo. A rua Hugo Carneiro, pavimentada com tijolos, já havia sido entregue. E neste sábado, 29, além da rua Cruzeiro do Sul, outras quatro ruas (Brasileia, Feijó, Sena Madureira e Ulisses Guimarães) também serão entregues pelo governador para a população, beneficiando diretamente centenas de moradores.  

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Metade de todas as ruas do município de Rodrigues Alves já foram pavimentadas pelo Programa Ruas do Povo (Foto: Assessoria Depasa)

A segunda fase do programa Ruas do Povo em Rodrigues Alves, em processo de licitação, irá  beneficiar outras três ruas (no total serão 19 ruas no cronograma do Depasa para serem entregues aos moradores), num total de 10 quilômetros de ruas que serão pavimentadas pelo governo do Estado até o ano que vem.  

Por isso, toda a vez que dona Maria da Conceição olha para a rua Cruzeiro do Sul ela não vê  mais o caminho que serve de acesso à sua casa. Vê também a “aposentadoria” do carrinho de mão, que nunca mais será usado (pelo menos para ter que levar suas compras para casa). É que o ônibus circular, agora, passa na porta da sua casa. “Foi muito tempo nessa luta, mas graças a Deus e ao governador Tião Viana agora nossa rua está uma maravilha”, diz.  

O contentamento dela é  expresso pelos moradores das outras quatro ruas de Rodrigues Alves que serão entregues pelo governador Tião Viana e que levará qualidade de vida aos moradores e ajudará a melhorar a autoestima de uma população que até pouco tempo morava em um município que, como muitos dizem, mas parecia uma vila, mas que hoje está “com cara de cidade” desde que o programa Ruas do Povo foi iniciado.  

Muitos moradores estão sendo beneficiados no município de Rodrigues Alves neste final de semana. A entrega conta com cinco ruas pavimentadas. Cruzeiro do Sul, Feijó, Brasileia, Sena Madureira e Ulisses Guimarães, nomeiam as históricas ruas que fazem parte do pacote de entregas, que encerram a primeira fase do Ruas do Povo.  

Metade das Ruas de Rodrigues Alves estão pavimentadas. Empolgados com suas novas ruas os moradores revelam como vivam antes com as ruas intrafegáveis, e afirmam que esta ação trouxe melhoria na qualidade de vida para a comunidade.

As ruas que serão entregues neste sábado pelo governador Tião Viana:

    Rua Cruzeiro do Sul – 463 metros
    Rua Brasiléia – 653 metros
    Rua Sena Madureira – 663 metros
    Rua Ulisses Guimarães – 839 metros
    Rua Feijó – 937 metros

 

Cruzeiro do Sul, a Rua que nunca ia ser pavimentada

Enquanto a esposa e a vizinha estavam na cozinha preparando novidades para festejar junto ao governador, na inauguração das ruas de Rodrigues Alves, neste sábado, seu Antônio Castelo, 32 anos, casado com dona Elinete, se emocionou durante a entrevista, ao relatar seu sofrimento e dos demais moradores com a ausência da pavimentação na rua Cruzeiro do Sul. Hoje, graças ao trabalho realizado pelos representantes do Estado o sofrimento deste povo só existe em lembranças.

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"Agora posso passear todas as tardes com meu filho, Cassiano, no carrinho de bebê”, disse seu Antônio Castelo (Foto: Assessoria Depasa)

“Aqui não tinha rua, mais ali na frente tinha um baixo onde passa um córrego de água. No inverno esse baixo dava trabalho para a gente porque alagava, ficava parecendo um lago, nós ainda fizemos uma ponte para poder passar, mas mesmo assim não dava jeito. E para completar o nosso sofrimento ainda tinha a lama e a buraqueira. Quando chovia muito minhas filhas, Karolaine e Kamile, nem saiam para ir à escola, quando saiam, eram levadas por mim por outro caminho, bem mais longe, que dava acesso a quintais alheios. Agora melhorou 100%. A pavimentação dessas ruas está sendo muito importante para a vida dos moradores de Rodrigues Alves. Agora posso passear todas as tardes com meu filho, Cassiano, no carrinho de bebê”, comentou.

Burburinho e reunião. Um, dois, três moradores conversando na beirada da rua, o motivo é somente um: entusiasmo com a nova rua. No meio de toda euforia estava a calmaria de uma figura que nos despertou atenção ao realizar seu trabalho artesanal com tanta presteza e perfeição. Sem deixar de tecer sua rede de pescar, seu Arnaldo de Souza, 56 anos, um dos moradores mais antigos da rua Cruzeiro do Sul, expressou suas difíceis lembranças. Dificuldades que por alguns meses se multiplicavam pelas fortes pancadas de chuvas no inverno amazônico.  

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“Ter que sair de casa quando chovia era uma complicação danada. Aqui nem rua tinha, só existia um caminho e na metade do caminho tinha um baixo alagado", disse seu Arnaldo de Souza (Foto: Assessoria Depasa)

“Ter que sair de casa quando chovia era uma complicação danada. Aqui nem rua tinha, só existia um caminho e na metade do caminho tinha um baixo alagado. Carro não entrava, nem bicicleta. Aqui só entrava pé de gente e com lama até a canela. Mas graças a Deus hoje tá muito bom. Eu mesmo não acreditava que essa rua ia ser pavimentada, esse pedaço tava morto. E hoje em dia tá muito difícil acreditar nas promessas das pessoas. Todo ano a gente pedia e eles diziam que ia sair, se ela saía, não sei pra onde ela ia [brinca]. Eu cheguei a pensar que essa rua nunca ia ser pavimentada. E não era só eu que pensava assim, outros vizinhos diziam o mesmo. Agora a coisa mudou e a gente tá vendo a mudança. É muito bom. Foi uma surpresa para nós”, disse o artesão.

O fim do sofrimento no inverno, com a pavimentação das Ruas

“Todas as ruas que não eram asfaltadas, eram ruins”, foi o que disse o morador da Rua Sena Madureira, Edson de Queiros, 26 anos. Sacolas nos pés, saco plástico feito capa no corpo, guarda chuva a postos, criança nos braços. Esta era a preparação dos moradores todas as vezes que tinham que sair de casa quando chovia. “Agora com todo o cuidado do Governo e da Prefeitura pode é ir por aqui, por ali, que nada nos atrapalha”.

O relato do Edson vai ao encontro ao de dona Maria da Glória, 48 anos. Moradores de ruas diferentes eles compartilhavam do mesmo sofrimento. Hoje comemoram o fim deste ritual que tanto os descontentavam. Maria da Glória do Nascimento Augusto, dona de casa, moradora da rua Ulisses Guimarães, veio do seringal recentemente e ainda enfrentou dois longos anos de dificuldades no inverno. “O problema não era só a lama, era também a água, que alagava aqui tudo, A gente não tem as contas das sandálias que perdemos, a lama era grudenta. Ainda tentei jogar mais uma terrinha, mas não consegui. Tem só dois anos que eu tô aqui, mas parecem ser uma eternidade. Acho que era a nossa batalha. Só mesmo a pavimentação para acabar de vez com o nosso sofrimento. Agora a gente vai e volta sem se preocupar se vai chover ou não. As crianças brincam nas ruas e os moradores passeiam. Tá todo mundo muito satisfeito”, conclui.

Esperança que nunca morre  

Um ditado que diz que a “esperança é a última que morre”. No caso da Maria Ozineide, 37 anos, que mora na rua Feijó, a premissa nunca foi tão verdadeira. Moradora há 20 anos do local ela sempre manteve a fé de que  um dia apareceria um governante que olharia com muito carinho para os mais pobres e mais humildes.  

Desde que chegou na rua Feijó, Ozineide lembra de duas ocasiões em que o poder público apareceu por aquelas bandas. A primeira vez foi em 1999 para retirar uma mangueira que ficava no meio da rua e a segunda vez, em 2001, quando algumas máquinas fizeram uma pequena limpeza. “Depois nunca mais se viu nada por aqui”, relata.  

Ela trabalha numa creche da prefeitura e lembra das dificuldades que tinha para sair de casa. Nunca faltou ao trabalho, mas para não se sujar era obrigada a passar por cima do capim, já que a lama não permitia andar na rua. “Graças a Deus que essa pavimentação não é mais um sonho. O governador Tião Viana tornou isso uma realidade, ele está fazendo um ótimo trabalho”, afirmou.   

Casa pintada até o natal  

Não há exagero algum quando se afirma que o programa Ruas do Povo devolve a autoestima das pessoas e o orgulho de morar na sua cidade em um lugar que ela pode realmente chamar de seu. No caso de dona Aldemira Feitoa, que mora na rua Brasileia há oito anos, essa premissa nunca foi tão verdadeira.  

Na verdade, ela não tinha muita fé que um dia algum governante lembrasse da sua rua para ser pavimentada. Isso porque, além de serem poucos os moradores, eles, na sua visão, não são pessoas importantes para merecer uma atenção do poder público. Nesse caso, dona Aldemira estava completamente enganada.  

A rua Brasileia é uma das contempladas já nessa primeira fase do programa Ruas do Povo. “Isso aqui nem era rua, pois nem de bicicleta a gente andava”, conta.  

Até a visão fica mais bonita  

Uma rua completamente pavimentada não é apenas uma questão social, mas também estética. Pelo menos para Francisco Willami Costa Amaral. Pequeno comerciante da rua Brasileia, ele diz que com os trabalhos feitos pelo governo do Estado através do Depasa, até a visão da rua fica mais bonita. “Fica muito mais legal”, faz questão de dizer.  

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Francisco Willami Costa Amaral pequeno comerciante da rua Brasileia diz que com os trabalhos feitos pelo governo do Estado através do Depasa, até a visão da rua fica mais bonita (Foto: Assessoria Depasa)

Francisco está realmente animado. De fato ele diz que ainda não sentiu o aumento da clientela em seu pequeno comércio nessas duas semanas em que a rua está  realmente pronta. Entretanto, suas expectativas são das melhores. “Não tenho a menor dúvida que as pessoas a partir de agora não irão mais desistir de fazer compras aqui no meu comércio por causa da rua, que realmente agora deu outra visão e ficou muito bonita”.

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