Capacitação foi oferecida para produtores do Assentamento Santa Luzia em Cruzeiro do Sul
O governo do Estado, por meio do Instituto Dom Moacyr (IDM), certificou na manhã da última sexta-feira, 14, vinte educandos do curso de Formação Inicial e Continuada em Processamento Artesanal e Derivados do Leite em Cruzeiro do Sul. O evento aconteceu no centro recreativo da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no assentamento Santa Luzia. Estavam presentes lideranças sindicais e comunitárias, autoridades locais e a equipe do Centro de Formação e Tecnologia do Juruá (Ceflora).
O curso é fruto de uma parceria entre o IDM e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que destinou a oferta do curso de Processamento Artesanal dos Derivados do Leite a pequenos produtores rurais e criadores de gado leiteiro.
A implantação desse curso se tornou possível via Plano Setorial de Qualificação (PlanSeQ) – parte integrante do Plano Nacional de Qualificação, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego -, que procura atender demandas emergenciais, levando educação profissional às regiões mais carentes do Estado.
"Através desse curso aprendemos que o leite não serve somente para beber. Na minha propriedade costumávamos jogar fora o soro do leite. Não sabíamos que ele servia para fazer tantas coisas. A gente tirava o leite da vaca, vendia na vila e ficava torcendo para não sobrar nada, pois se sobrasse iria para o mato ou para os porcos. Agora, com os conhecimentos adquiridos no curso, posso dizer que sou um verdadeiro produtor. Aprendi a fazer vários tipos de queijo: queijo minas, queijo fantasia (temperado), queijo com goiabada, com calabresa, queijo coalho, pasteurizado, queijo muçarela crua, muçarela pasteurizada, requeijão, iogurte e bebidas lácteas. Aprendi a importância da pasteurização para a maior durabilidade do produto e as boas práticas para a utilização e fabricação dos produtos", afirmou Mauro Célio de Abreu Costa, profissional certificado pelo IDM.
A mediadora do Curso Marilza Pereira da Cruz nos conta que também já foi educanda do IDM, na Escola da Floresta, que concluiu o curso Técnico em Agroindústria com dificuldades, e que fica muito feliz em poder, hoje, dividir seus conhecimentos com outras pessoas. "Eu andava seis quilômetros todos os dias para trabalhar de servente em uma escola. Acordava todos os dias às 3h30 da madrugada para limpar a escola e só conseguia chegar em casa de volta às 20h30. Minha família possuía uma propriedade, mas o leite só servia para completar o café da manhã. Eu tinha muita vontade de fazer um curso profissionalizante. Foi quando apareceu na minha vida a oportunidade de ingressar no curso Técnico em Agroindústria na Escola da Floresta. Não foi fácil largar família e ir morar lá na escola em busca de um sonho, mas, graças a essa força que não me deixou desistir, me formei e hoje posso compartilhar o que aprendi com todas as comunidades, nos lugares mais distantes do nosso Acre", disse Marilza.